Rede hoteleira contesta pesquisa da Embratur

A informação de que Fortaleza é a 13ª cidade mais cara do mundo para viagens de lazer não foi bem aceita pelo setor hoteleiro da Capital cearense. A pesquisa, realizada pela Embratur, está sendo contestada pelo presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis no Ceará (ABIH-CE), Darlan Leite, pelo secretário de Turismo de Fortaleza, Salmito Filho, e pelo diretor do Marina Park Hotel, Eliseu Barros.

De acordo com eles, a maneira como a pesquisa foi realizada foi equivocada. “Está cheia de erros, não existe uma coordenação nos dados, misturaram as informações”, afirmou Eliseu, que também faz parte da ABIH-CE.

Uma prova, segundo eles, é dizer que a tarifa de hospedagem a negócios é mais barata do que a de lazer. “Isso não tem cabimento. É uma disparidade e contrassenso afirmar isso. Sempre o turismo de lazer é mais barato do que o corporativo”, disse Darlan. O secretário também concordou. “Eu estranhei esses dados. Um evento corporativo é mais rentável e mais caro. Sendo assim, como pode ser mais barato do que o de lazer? Não consegui entender, são informações antagônicas”. “Além disso, eles misturam os hotéis de diferentes padrões”, lembrou Darlan.

Eliseu também ressaltou que é necessário saber de que forma os dados foram obtidos, em qual época do ano, se a consulta de todos os hotéis foi na mesma data. “Não tomamos conhecimento da pesquisa”. Uma das informações que deve ser levada em consideração são as diferenças na tarifa balcão, que podem variar de acordo com a época do ano e da forma que foram compradas, se por agência, operadora, por site. “Os preços variam e os descontos também. Tudo isso deve ser analisado. A preocupação deveria ser em como aumentar o fluxo de turismo para o Brasil”.

O presidente da ABIH-CE, que também é proprietário dos hotéis Coliseu, Praia das Fontes e Romanos, salientou que, por mais que Natal, por exemplo, apareça na pesquisa com tarifa mais barata, o Up Grade de Fortaleza é “muito melhor, mais responsável, estrutura toda nova e o serviço que oferecemos também se destaca”.

Para Salmito, “o que mais interessa é que Fortaleza possa ter uma hospedagem que ofereça conforto, qualidade e segurança por preços acessíveis”. Levando em consideração os eventos importantes que estão por vir, como a Copa das Confederações, ele ainda destacou que a Secretaria está acompanhando e não existe razão para aumentar os preços do hotéis em períodos de grandes datas na Capital. Pelo contrário, o trabalho está sendo para acabar com a sazonalidade e elevar a taxa de ocupação durante todo o ano. “Existe essa compreensão por parte da rede hoteleira. Em vez de estar subindo, o nosso objetivo é termos, durante o ano, índice elevado de ocupação e o fim da sazonalidade. Não tem sentido aumentar durante os acontecimentos importantes e depois diminuir”.

A reportagem tentou contato com a Embratur, mas não obteve êxito.