O modelo, criado em 1927, é considerado o primeiro relógio de pulso à prova d’água e marcou o início da reputação da Rolex como fabricante de peças resistentes e de alta precisão

Um dos relógios mais emblemáticos da história da relojoaria moderna será leiloado em Genebra no próximo dia 9 de novembro. O Rolex Oyster usado pela nadadora Mercedes Gleitze, a primeira mulher britânica a atravessar o Canal da Mancha, poderá alcançar mais de US$ 1,3 milhão, segundo estimativas da Sotheby’s.

O modelo, criado em 1927, é considerado o primeiro relógio de pulso à prova d’água e marcou o início da reputação da Rolex como fabricante de peças resistentes e de alta precisão. Após ser usado por Gleitze durante sua travessia — que durou mais de dez horas —, o relógio foi recuperado em perfeito funcionamento, consolidando o sucesso técnico da invenção.

Hans Wilsdorf, fundador da Rolex, aproveitou o feito para promover a marca, iniciando uma tradição de associação com grandes nomes do esporte e da aventura, como Jack Nicklaus, Roger Federer e Edmund Hillary. “Esse evento definiu toda a estratégia de marketing da Rolex, baseada em conquistas reais e resistência”, afirmou Sam Hines, presidente mundial de relógios da Sotheby’s.

O relógio pertence atualmente a um colecionador particular, que o adquiriu em 2000 por £17 mil (cerca de US$ 23 mil). Dada sua importância histórica, especialistas acreditam que tanto colecionadores quanto a própria Rolex podem disputar o item no leilão.

Apesar de o mercado de relógios de luxo ter enfrentado queda nos preços em 2023, após o pico observado durante a pandemia, o interesse por peças raras e históricas permanece alto. A venda do Rolex de Gleitze, portanto, servirá como um teste para medir o fôlego do segmento de relógios vintage — e o valor da herança deixada por uma mulher que, quase um século atrás, uniu esporte, superação e inovação tecnológica em um único mergulho histórico.