A Semana de Alta Costura em Paris será aberta pela Schiaparelli, que retorna à passarela sob direção de Daniel Roseberry – Foto: Divulgação

Paris volta a ser o centro do mundo da moda nesta segunda-feira, 7 de julho, com o início oficial da Semana de Alta-Costura outono/inverno 2025/26. Após a temporada de moda masculina, os holofotes agora se voltam ao universo da haute couture, onde a excelência artesanal, a tradição e o espírito criativo atingem seus níveis mais elevados.

Organizado pela Federação da Alta-Costura e da Moda, o evento reúne os nomes mais importantes da indústria, ao lado de novas apostas e momentos históricos — entre estreias aguardadas, despedidas simbólicas e algumas ausências que deixam lacunas notáveis no calendário oficial.

Schiaparelli, Chanel e Armani

A abertura da programação cabe à Schiaparelli, que retorna à passarela nesta segunda-feira com sua estética surrealista sofisticada, combinando tradição e experimentação sob direção de Daniel Roseberry. Já na terça-feira (8/7), duas gigantes do prêt-à-porter de luxo apresentam suas propostas para o universo couture: Chanel, ícone absoluto da moda francesa, e Giorgio Armani Privé, trazendo sua refinada visão italiana para o cenário parisiense.

Margiela e Balenciaga

Glenn Martens estreia à frente da vanguardista Maison Margiela

O ponto alto da quarta-feira (9/7) será marcado por dois momentos distintos, porém igualmente simbólicos. De um lado, a estreia de Glenn Martens na Maison Margiela, sucedendo John Galliano. De outro, a última coleção de Demna Gvasalia à frente da Balenciaga — encerrando uma era que ficou marcada tanto pelo impacto visual quanto pelas polêmicas comerciais e criativas.

Glenn Martens, conhecido por sua atuação disruptiva na Diesel e pela estética desconstruída na Y/Project, assume um dos cargos mais desafiadores da moda de vanguarda. Sua chegada à Maison Margiela traz expectativas de reinvenção, mantendo o DNA enigmático e conceitual da grife fundada por Martin Margiela.

Já Demna, que agora comanda a Gucci, se despede da Balenciaga após anos de redefinição da marca sob seu olhar provocador. À frente da maison desde 2015, o estilista georgiano ajudou a projetar a Balenciaga como fenômeno global — marcada por desfiles teatrais, peças virais e campanhas controversas. Sua saída encerra um capítulo que dividiu opiniões, mas sem dúvida movimentou o setor.

Dior ausente

Entre as ausências mais sentidas da temporada está a Dior, que não terá desfile na programação oficial da alta-costura. Após um desfile de prêt-à-porter bastante elogiado, assinado por Jonathan Anderson — agora à frente da direção criativa da maison —, a grife francesa optou por não se apresentar nesta edição.

O estilista britânico também não desfila sua marca própria, JW Anderson, na passarela oficial. Apesar disso, confirmou que pretende aproveitar a semana para apresentar o rebranding da grife homônima, em um movimento estratégico para reposicionar a marca no cenário de luxo, mesmo fora do calendário couture.

Encerramento com Kevin Germanier

O estilista aposta na haute couture para novos nomes e abordagens contemporâneas

A edição será concluída na quinta-feira (10/7), com o desfile de Kevin Germanier, conhecido por seu trabalho vibrante, sustentável e esteticamente maximalista. A presença de Germanier fecha a semana com frescor e uma energia experimental, reafirmando a abertura da haute couture para novos nomes e abordagens contemporâneas.

Esta edição da Semana de Alta-Costura não apenas apresenta coleções de alta precisão artesanal, mas também evidencia as mudanças estruturais em curso nas grandes maisons. A dança das cadeiras entre diretores criativos, os novos discursos de sustentabilidade e reinterpretação de legado, e a crescente fusão entre alta moda e comercialidade tornam esta temporada particularmente relevante.

É aguardar para conferir o que atravessará as passarelas.

Até lá, um spoiller que a Schiaparelli prepara:

 

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