O veículo 100% desenvolvido no Brasil foi apresentado ao público no Salão Internacional do Automóvel de São Paulo

Um carro com espírito de Fórmula 1, som de protótipo e visual de competição, mas pronto — ou quase — para ganhar placa e circular em vias públicas. Assim nasce o Super Veloce Unico, superesportivo 100% desenvolvido no Brasil e apresentado ao público no Salão Internacional do Automóvel de São Paulo. A proposta, ousada e rara no setor, é entregar performance de pista em um modelo homologável para uso urbano, aproximando o país de um patamar que até hoje parecia restrito às grandes marcas internacionais.

O Unico chega como um manifesto de extrema exclusividade. Feito artesanalmente e voltado a um público reduzido, parte de R$ 1,35 milhão, valor que sobe conforme a personalização. Já há três unidades vendidas antes mesmo do processo de homologação ser finalizado.

O superesportivo tem configuração monoposto, posição de condução central e foco absoluto no desempenho. O desenvolvimento, feito ao longo de dois anos, envolveu testes em túnel de vento e soluções aerodinâmicas típicas de protótipos: carroceria inteira em fibra de carbono com apenas 40 kg, entradas de ar otimizadas e superfícies desenhadas para gerar downforce e reduzir arrasto.

O chassi tubular de aço-carbono pode ser substituído, sob encomenda, por uma estrutura em cromo-molibdênio, mais leve e rígida, algo incomum em projetos nacionais.

As mentes por trás da máquina

O Unico é resultado da parceria entre o designer Adhemar Cabral e o CEO da Super Veloce, Rafael Espindola. Cabral é reconhecido pela criação de réplicas de Fórmula 1 entre as mais fiéis do mercado mundial, e por projetos icônicos, como o “Batmóvel” que ficou famoso ao ser adquirido por Neymar Jr.

Espindola, ex-embaixador da Lamborghini no Brasil, transformou a Super Veloce de um clube de proprietários de supercarros em uma marca que combina lifestyle, design e performance. A empresa mantém estrutura industrial na zona sul de São Paulo e prevê um ritmo de produção de apenas três unidades por ano. “Cada exemplar será literalmente único”, diz Cabral.

Mecânica conhecida

Apesar do visual extrema-performance, o Unico utiliza um conjunto mecânico familiar ao mercado, uma escolha que facilita manutenção para um carro de rua. O motor é um Ford 2.0 Turbo Ecoboost, montado na traseira, com 360 cv e 42 kgfm, acoplado a uma transmissão Powershift sequencial. O conjunto empurra o carro de 0 a 100 km/h em 4,5 segundos e leva o velocímetro além dos 270 km/h.

A marca também oferece opções mais agressivas: motor V6 aspirado ou biturbo e caixas sequenciais Hewland ou Sadev, tradicionais no automobilismo.

O acerto de pista domina a dinâmica do carro. A suspensão dianteira usa duplo braço triangular, solução típica de monopostos. As rodas Apex de 18 polegadas recebem pneus semislick Yokohama A052, reforçando o foco em aderência extrema.

Na traseira, uma asa móvel ajustável eletricamente permite alterar a carga aerodinâmica conforme a pilotagem. No interior, o painel digital com função touchscreen adiciona um toque contemporâneo a um cockpit que privilegia leveza e função, muito mais box de corrida do que carroceria urbana.

O Super Veloce Unico estreia com a ambição de inaugurar uma nova página para o automobilismo brasileiro: um superesportivo nacional, feito à mão, com alma de Fórmula 1 e autorização para rodar nas ruas. Para quem busca exclusividade e performance extrema, a pista e o asfalto estão abertos.