[caption id="attachment_704879" align="alignnone" width="1024"] Das obras do acervo, seis delas estiveram em Paris, na França, e na Espanha, emprestadas para importantes exposições na Europa. Foto: Divulgação/Governo de SP[/caption]

Após exibições em Paris (França) e Bilbao (Espanha), 16 obras de Tarsila do Amaral voltaram ao Palácio dos Bandeirantes, na zona sul de São Paulo, e estão abertas ao público. A mostra “São Paulo – Paris: a descoberta de Tarsila do Amaral” reúne, pela primeira vez, todas as pinturas e gravuras da artista pertencentes ao Acervo dos Palácios do Governo na sede administrativa paulista. 

A exposição apresenta um panorama que vai de 1911 a 1960, incluindo estudos para o painel do IV Centenário de São Paulo e gravuras tardias. A circulação internacional reforçou o interesse renovado pela artista e sua contribuição ao modernismo em perspectiva ampliada. Para a curadora Rachel Vallego, reunir novamente todas as peças após a temporada internacional reafirma o compromisso de difundir e preservar a obra de uma das principais artistas brasileiras.

Obras escolhidas

As peças abrangem diferentes fases da trajetória de Tarsila. Segundo Rachel Vallego, a seleção foi guiada pelas “idas e vindas entre as duas cidades em que ela constrói seu olhar como pintora e o imaginário coletivo que temos dela.” O nome da exposição remete tanto ao percurso pessoal da artista quanto ao convite para que o visitante explore sua produção além do célebre “Abaporu” (1928), que não integra a mostra.

Entre as obras em destaque está “Os Operários” (1933), reconhecida pelo retrato amplo da classe trabalhadora, apresentado com diversidade de rostos e origens. Rachel observa que algumas figuras lembram personagens da época, como a soprano Elsie Houston e a jornalista Eneida de Moraes. Outro trabalho de relevância é “Autorretrato I” (1924), no qual Tarsila expressa sua persona artística durante o período em que estudou em Paris. Para a curadora, “o fato dela olhar de maneira tão assertiva é o que torna esse retrato memorável, como uma mulher moderna”.

Também está presente o “Retrato de Mário de Andrade” (1922), realizado logo após a sua volta ao Brasil, quando a pintora teve contato direto com o grupo modernista. Rachel aponta que a obra já indica a assimilação das propostas estéticas do movimento.

A curadora lembra que as obras entraram para o acervo público nos anos 1970, em um momento de revalorização da arte moderna. “As obras foram compradas diretamente da artista, ao fim de sua vida, para compor o Acervo dos Palácios, em uma iniciativa visionária”, afirma. O espaço está aberto gratuitamente desde 1977.

Serviço

Exposição: “São Paulo – Paris: A Descoberta de Tarsila do Amaral”

Período: de 6 de novembro de 2025 a 25 de janeiro de 2026

Local: Palácio dos Bandeirantes - São Paulo

Visitação:

Segunda a sexta-feira, das 10h às 16h (individual e grupos)

Sábados: consultar disponibilidade no site

Agendamento no site do Acervo