Após 144 anos, a obra-prima de Gaudí pode ser entregue em 2026. Simulação mostra como ficará

A Basílica da Sagrada Família, em Barcelona, caminha para a reta final de sua construção após mais de 140 anos de obras. Prevista para ser concluída em 2026, ano em que se celebra o centenário da morte de Antoni Gaudí, a igreja mais emblemática do modernismo catalão será também, quando finalizada, a mais alta do mundo. O ápice da obra será a conclusão da Torre de Jesus Cristo, ponto mais elevado do templo e da fé do arquiteto visionário.

Mas não são apenas pedras, cálculos e esboços que sustentam esse feito monumental. A inovação tecnológica tem sido essencial para acelerar e aperfeiçoar os trabalhos nas últimas décadas. Realidade virtual, impressão 3D, drones, inteligência artificial e sensores conectados por IoT (Internet das Coisas) se integram ao processo construtivo, garantindo mais precisão, segurança e eficiência.

Desde a fase de projeto, modelagens em realidade virtual ajudam arquitetos e engenheiros a prever como a luz natural atravessará os vitrais e como cada detalhe se comportará na escala real. Em seguida, modelos impressos em 3D permitem testar formas complexas e estruturas esculturais, mantendo a fidelidade ao traço de Gaudí.

Inteligência artificial, genialidade real

Edificação deve ficar concluída no centenário da morte do arquiteto Antoni Gaudí

Já no campo da conservação, sensores inteligentes mapeiam oscilações estruturais, variações térmicas e impacto ambiental, prevenindo danos e facilitando manutenções futuras. O uso de drones combinados com IA será ampliado para inspeções externas minuciosas, ajudando até mesmo alpinistas encarregados de avaliar áreas de difícil acesso.

A inteligência artificial, por sua vez, começa a ser implementada não só no canteiro de obras, mas também na experiência dos visitantes, que somaram mais de 4,5 milhões apenas no último ano. Espera-se que, em breve, algoritmos personalizem visitas, otimizem fluxos e ampliem o acesso virtual ao interior da basílica, em um equilíbrio entre o sagrado e o digital.

A Sagrada Família, portanto, se aproxima de sua conclusão como símbolo de um diálogo entre fé, arte e tecnologia. Um templo que nasceu no século XIX pelas mãos de um arquiteto devoto e visionário, e que será concluído com ferramentas que ele jamais imaginaria — mas que, certamente, aprovaria.