O selo da Unesco pode gerar impacto significativo no setor, com crescimento de até 8% nos próximos dois anos e a adição de cerca de 18 milhões de pernoites no país

A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) reconheceu, nesta semana, a culinária italiana como patrimônio cultural imaterial da humanidade. A decisão consagra uma tradição transmitida ao longo de gerações e reforça a aposta do país no valor cultural e econômico de sua gastronomia.

O reconhecimento foi aprovado por um comitê da Unesco reunido em Nova Délhi e encerra um processo iniciado pela Itália em 2023. Na candidatura, o governo italiano apresentou sua cultura alimentar como um ritual social que fortalece vínculos familiares e comunitários, indo muito além dos pratos mais conhecidos internacionalmente.

A sessão, realizada no Forte Vermelho, monumento do século 17 na capital indiana, também incluiu outras expressões culturais na lista, como o festival hindu de Diwali e a tradição da cultura das piscinas na Islândia.

Ao defender a candidatura, a Itália destacou a diversidade regional de sua gastronomia, marcada por influências históricas e culturais distintas. O dossiê percorre sabores que vão do ossobuco da Lombardia ao orecchiette con cime di rapa, prato típico da região da Puglia, exemplificando a riqueza e a variedade da cozinha do país.

A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, afirmou, em nota, que o reconhecimento representa motivo de orgulho nacional e uma ferramenta estratégica para valorizar os produtos italianos e protegê-los contra imitações e práticas desleais no mercado internacional.

Turismo

Entidades ligadas ao turismo estimam que o selo da Unesco pode gerar impacto significativo no setor, com crescimento de até 8% nos próximos dois anos e a adição de cerca de 18 milhões de pernoites no país.

Com a decisão, a culinária italiana passa a integrar um seleto grupo de tradições alimentares reconhecidas globalmente, que inclui desde a alta gastronomia francesa associada a celebrações familiares até a culinária mexicana de base ritualística, a técnica de fermentação do kimchi na Coreia do Sul e o washoku japonês.