ALTA NO TOTAL DE 'PROSUMIDORES'

Energia solar segue em franca expansão no Ceará, com alta de 113% em 2021

Por Marcelo - Em 06/01/2022 às 12:15 PM

Entre todas as altas e inflações vivenciadas pelo consumidor brasileiro em 2021, uma delas, sem dúvida, assumiu o protagonismo como um dos maiores vilões: a energia elétrica. Com a pior crise hídrica vivenciada nos últimos 90 anos no País, os brasileiros se viram diante de dois pesadelos: o risco de um apagão e os sucessivos aumentos na conta de energia, chegando a acréscimos de quase 15% a cada 100KW consumidos, com a adoção das bandeiras no valor da energia cobrada ao consumidor.

Sistemas fotovoltaicos vêm em franca expansão no Ceará                                   Foto: Divulgação

Diante disso, uma alternativa caiu no gosto e foi adotada por muitas pessoas: a geração própria de energia, com a aquisição de placas solares fotovoltaicas. Somente no Ceará, a escalada da Geração Distribuída (energia gerada pelo próprio consumidor) foi de 113% em se tratando de novas unidades produtoras e já são quase 30 mil consumidores usufruindo desse tipo de geração, conforme o Sindienergia-CE, com base em dados da Aneel. São os chamados ‘prosumidores’, consumidores que produzem a própria energia.

De acordo com a Absolar, o Ceará hoje ocupa a nona colocação no ranking de Geração Distribuída e a quinta posição em se tratando de Geração Centralizada de Energia Solar, chegando a uma produção de quase três gigawatts (GW), entre usinas em operação, em construção e ainda não iniciada. Ainda de acordo com a entidade, o Brasil acaba de ultrapassar a marca histórica de 13 GW de potência operacional da fonte solar fotovoltaica em sistemas de médio e pequeno portes instalados em telhados, fachadas e terrenos e em grandes usinas centralizadas.

Cenário positivo

“Tivemos um ano extremamente positivo para as energias renováveis no Brasil e no Ceará, de maneira especial. Em meio à descarbonização que o mundo vive, nosso País vem tentando também não ficar de fora desse movimento tão importante e o Ceará tem despontado entre os maiores produtores desse tipo de energia. Com a iminência de um racionamento no Brasil, ficou ainda mais nítido que não é possível depender das chuvas para gerar energia ou de uma energia cara e poluente, originária das térmicas, e, portanto, a necessidade de desenvolvermos mais energias alternativas é urgente”, disse o presidente do Sindienergia-CE, Luís Carlos Queiroz.

Luís Carlos Queiroz destaca as amplas possibilidades de crescimento do setor

“Hoje, as eólicas e solares ainda representam fatias tímidas nessa “pizza” da matriz energética brasileira: a primeira corresponde a apenas 10% e a segunda a cerca de 2%. Por outro lado, temos sol e vento em abundância e a lógica que devemos vivenciar é uma migração, cada vez maior, para essas fontes, tendo em vista também o fator sustentabilidade”, informou Queiroz.

Para o diretor de Geração Distribuída do Sindienergia-CE, Hanter Pessoa, que também é empresário do segmento, a aprovação na Câmara Federal e no Senado do Marco Regulatório da Geração Distribuída em 2021 foi um fator importante para o maior crescimento do segmento entre os consumidores, uma vez que a lei trará muito mais segurança jurídica e, consequentemente, uma adesão ainda maior dos consumidores à geração própria de energia.

“O projeto aguarda apenas a sanção presidencial. Chegamos ao final do ano com quase 30 mil ‘prosumidores’, ou seja, quase 30 mil cearenses usufruindo desse excelente negócio – sustentável e econômico – que é gerar a própria energia por meio de sistema solar fotovoltaico, um crescimento superior a 100%”, reforçou Hanter Pessoa.

Hidrogênio Verde

Recentemente, o Ceará sediou a assinatura da regulamentação das usinas híbridas, outra grande conquista para o setor. Por fim, a ascensão do Hidrogênio Verde, com diversos protocolos de investidores para a exploração desse tipo de fonte no Ceará, deve elevar o Estado a uma posição de destaque e traz uma nova via de desenvolvimento para o setor.

“A nossa perspectiva para 2022 é extremamente positiva, de continuidade de crescimento do setor em diversos vieses, caminhando para uma maior oferta de energia e o que é mais importante: abundante, mais barata e sustentável”, finalizou Luís Carlos Queiroz.

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