O governador Gavin Newsom classificou a estratégia comercial como “destrutiva”

O governo da Califórnia entrou com uma ação judicial na quarta-feira (16) contra as tarifas comerciais impostas pelo presidente Donald Trump, alegando abuso de poder. O procurador-geral do estado, Rob Bonta, afirmou que as medidas foram tomadas sem a aprovação do Congresso, contrariando a Constituição dos EUA.

“As tarifas foram aplicadas por decreto, de forma arbitrária. Isso é incompatível com os princípios democráticos”, declarou Bonta.

Desde sua volta à presidência, Trump reativou políticas protecionistas, impondo tarifas pesadas a países como China, México e Canadá. Em abril, introduziu novas taxas de até 10% sobre produtos de dezenas de países, recuando logo depois. A China foi particularmente visada, com tarifas de até 145%.

A Califórnia, maior economia estadual dos EUA e fortemente integrada ao comércio internacional, afirma ser a mais prejudicada. O governador Gavin Newsom classificou a estratégia comercial como “destrutiva” e disse que ela afeta diretamente os agricultores e a indústria do estado.

“É um ataque direto à nossa economia. Trump está prejudicando até os eleitores que o colocaram no poder”, afirmou o governador, cotado como possível presidenciável em 2028.

A nova ação judicial se baseia na Lei de 1977, contestando sua interpretação por Trump. Segundo o governo californiano, apenas o Congresso pode autorizar medidas tarifárias dessa magnitude.

Essa é a 15ª ação movida pela Califórnia contra o atual governo federal desde o retorno de Trump à Casa Branca. Durante seu primeiro mandato, o estado liderou mais de 120 processos contra a administração republicana.

A Casa Branca reagiu com críticas. Em nota, acusou Newsom de ignorar os problemas locais da Califórnia em favor de disputas políticas nacionais.