Pnad Contínua, do IBGE, revela um mercado que, apesar das oscilações, começa a dar sinais de recuperação sustentada Foto: Divulgação

A renda média do trabalho no Brasil alcançou R$ 3.410 no primeiro trimestre de 2025, o maior valor já registrado desde o início da série histórica da Pnad Contínua, segundo dados divulgados pelo IBGE. O avanço representa uma alta real de 1,2% frente ao trimestre anterior — um acréscimo de R$ 39 — e de 4% na comparação com o mesmo período de 2024.

O destaque da pesquisa está nos setores que puxam essa média para cima. O maior rendimento mensal foi observado no grupo que reúne as atividades de informação, comunicação, finanças, mercado imobiliário, serviços profissionais e administrativos, com remuneração média de R$ 4.769. Esse segmento, ligado à economia do conhecimento e aos serviços especializados, segue como o mais valorizado em termos salariais.

Na sequência, áreas ligadas ao setor público, como administração pública, defesa, educação e saúde, também apresentaram ganho real expressivo: alta de 3,2% em relação ao trimestre anterior, com média de R$ 4.670. Já os trabalhadores do campo — agrupados em atividades de agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura — tiveram crescimento de 4,1% no rendimento, atingindo R$ 2.167.

Desigualdade e políticas de valorização

Na outra ponta, os serviços domésticos seguem com o menor rendimento médio do mercado: R$ 1.293, revelando a persistente desigualdade entre os setores e a urgência de políticas de valorização para as ocupações de base.

O levantamento revela um mercado que, apesar das oscilações, começa a dar sinais de recuperação sustentada, ainda que com contrastes marcantes entre os segmentos de alta especialização e as ocupações mais vulneráveis.