crise diplomática
EUA anunciam restrição de visto para quem ‘censurar’ americanos; Alexandre de Moraes pode ser alvo
Por Marlyana Lima - Em 28/05/2025 às 12:42 PM

Presidente dos Estados Unidos Donald Trump pode restringir ainda mais a liberação de vistos
O Departamento de Estado dos Estados Unidos anunciou, nesta quarta-feira (28), uma nova política de restrição de vistos a autoridades estrangeiras consideradas responsáveis por “censurar” cidadãos ou residentes americanos. Embora não tenha citado nominalmente o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), aliados bolsonaristas avaliam que ele será diretamente impactado pela medida, assim como integrantes da Polícia Federal e do Judiciário brasileiro.
Na declaração oficial, o secretário de Estado, Marco Rubio, reforçou o valor atribuído à liberdade de expressão pela sociedade americana e endureceu o tom contra ações de autoridades estrangeiras. “Hoje estou anunciando uma nova política de restrição de vistos que será aplicada a cidadãos estrangeiros responsáveis por censurar expressões protegidas nos Estados Unidos”. O secretário foi ainda mais incisivo ao condenar o que chamou de “ingerência inaceitável”.

Sanções podem ser aplicadas ao ministro do STF Alexandre De Moraes
Rubio também criticou tentativas de autoridades estrangeiras de influenciar as políticas das grandes plataformas tecnológicas sediadas nos Estados Unidos.
O endurecimento da política americana ocorre em meio à ofensiva internacional liderada pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro. Desde a posse de Donald Trump, em janeiro, Eduardo tem atuado nos Estados Unidos para que o governo americano puna Moraes, que considera responsável por ataques à liberdade de expressão de empresas como X e Rumble, além de perseguições a indivíduos como Allan dos Santos.
Possibilidade de sanções
Na semana passada, o próprio secretário Marco Rubio afirmou em audiência no Congresso que há “grande possibilidade” de sanções contra o ministro do STF. A fala aumentou a preocupação no governo brasileiro e passou a ser tratada com seriedade pelos aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que interpretam a eventual sanção como um ataque direto à soberania nacional.
Questionado sobre o impacto da medida para o Brasil, Eduardo Bolsonaro minimizou o risco e atribuiu ao presidente Lula a responsabilidade de decidir se ampliará o embate com o governo dos Estados Unidos, caso as sanções se confirmem — como hoje parece ser a tendência.

Eduardo Bolsonaro tem atuado nos Estados Unidos para que o governo americano puna Moraes
Nos bastidores, a aposta dos bolsonaristas é que uma eventual punição a Moraes fortaleça politicamente o campo conservador e pressione o Judiciário brasileiro a recuar em investigações que atingem Bolsonaro e seus aliados.
O procurador-geral Paulo Gonet destacou a articulação de Eduardo para que o governo Trump aplicasse sanções a Moraes, relator do inquérito que investiga o próprio deputado licenciado. Moraes também determinou que a Polícia Federal monitore e preserve conteúdos publicados por Eduardo em redes sociais relacionados aos possíveis crimes.
O episódio aprofunda a crise diplomática entre Brasil e Estados Unidos e escancara a dimensão política e internacional da disputa entre o bolsonarismo e o Supremo Tribunal Federal.
Mais notícias
Natal na Europa




























