MATURIDADE REGULATÓRIA
Mêntore obtém autorização do BC em meio a ciclo de conformidade e inovação
Por Marcelo Cabral - Em 20/06/2025 às 3:00 PM

Vanderson Aquino afirma que o Mêntore não separa expansão de governança Foto: Divulgação
O Banco Central (BC) concedeu ao Mêntore Bank autorização oficial para operar sob supervisão regulatória. O processo baseou-se na exposição minuciosa da estrutura operacional e dos resultados da empresa. Um movimento que, na avaliação de analistas, confirma uma tendência de tolerância zero em relação a riscos regulatórios, enquanto valoriza práticas robustas de governança.
Segundo Nayara Sales, diretora de Compliance do Mêntore, o processo contou com diversas agendas com o BC para apresentação da operação e dos números da fintech cearense. “Nosso processo foi um case inovador para o Banco Central, já que tivemos um crescimento muito rápido e somos líderes do nosso conglomerado, que inclui o robusto FIDC Mêntore”. E acrescenta: “Temos uma diretoria bastante estruturada e contamos com parceiros de peso no mercado, por exemplo a EY na auditoria interna, BDO na autoria externa e o escritório Pinheiro Neto como consultoria especializada”.
Para Vanderson Aquino, CEO do Mêntore, a conquista é reflexo de um posicionamento que une expansão com responsabilidade regulatória. “Essa autorização representa a consolidação de uma visão de negócio que não separa crescimento de governança. Estar sob fiscalização do Banco Central reforça nosso compromisso institucional e nos aproxima das obrigações que já vínhamos cumprindo voluntariamente. Receber o COMPE, significa integrar oficialmente o sistema financeiro nacional e ser reconhecido pelo órgão regulador”.
Ciclo de maturidade regulatória
A decisão do Banco Central reforça um recado claro ao mercado: o ciclo de crescimento das fintechs brasileiras entra agora em uma fase de maturidade regulatória. A mensagem é que inovação e inclusão financeira devem caminhar em paralelo com um sólido compromisso com a regulação.
Desde a implementação do Pix, o BC vem aprofundando seu papel como indutor de transformações sistêmicas. A entrada de empresas como o Mêntore nesse ambiente regulado demonstra como a autoridade monetária busca estabelecer um novo padrão de credenciamento – baseado não apenas em modelos de negócio inovadores, mas principalmente em estruturas robustas de controle.

Banco Central
Com a formalização da autorização, o Mêntore passa a integrar o rol de instituições fiscalizadas pelo Banco Central. A fintech assume, agora, uma agenda regulatória mais intensa, com obrigações que já fazem parte do seu dia a dia. “Estamos preparados para esse novo momento. Muitas dessas exigências já faziam parte da nossa rotina, especialmente por sermos participantes do Pix desde 2024”, detalha Nayara Sales.
Esse cenário é coerente com uma tendência global: instituições financeiras digitais, que outrora atuavam à margem dos sistemas regulatórios formais, agora são absorvidas por frameworks que exigem rastreabilidade, solvência e transparência. No Brasil, esse movimento vem acompanhado de um ecossistema cada vez mais atento a práticas ESG, à reputação institucional e à governança como ativos estratégicos.
Em um mercado onde a inovação é exponencial, a capacidade de entregar segurança e estabilidade ganha peso e maior competitividade. “Os agentes que conseguirem aliar tecnologia, inclusão e regulação terão papel central na próxima fase do setor financeiro”, complementa Vanderson Aquino.
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