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Zelensky pede definição de garantias em até 10 dias após reunião com Trump e líderes europeus

Por Julia Fernandes Fraga - Em 19/08/2025 às 11:51 AM

Ztreuniao

Líderes europeus e dos EUA se encontraram nessa semana para tratar da guerra Rússia x Ucrânia. Foto: Agência Brasil/Reuters/Kevin Lamarque

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou nesta terça-feira (19), após se reunir com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e líderes europeus, que as garantias de segurança para Kiev devem ser definidas em um prazo de até 10 dias. Segundo ele, questões territoriais ligadas a um possível acordo de paz deverão ser tratadas diretamente entre Ucrânia e Rússia. 

“As garantias de segurança provavelmente serão ‘desempacotadas’ por nossos parceiros, e mais e mais detalhes surgirão. De alguma forma, tudo isso será formalizado no papel dentro de uma semana ou dez dias”, disse Zelensky em uma coletiva de imprensa transmitida após os encontros.

Antes da conversa reservada, os dois presidentes responderam a perguntas da imprensa no Salão Oval, em tom mais ameno do que há seis meses, apesar da recente aproximação de Trump com Moscou após a cúpula no Alasca com Putin.

O presidente ucraniano estava acompanhado por líderes do Reino Unido, Alemanha, França, Itália, Finlândia, além da União Europeia e da Otan.

Busca por acordo

Donald Trump classificou sua reunião com Volodymyr Zelensky e os parceiros europeus como “muito boa” e afirmou ter iniciado os preparativos para um encontro entre o presidente russo, Vladimir Putin, e o presidente ucraniano. “Ao final das reuniões, liguei para o presidente Putin e iniciei os preparativos para uma reunião, em um local a ser determinado, entre o presidente Putin e o presidente Zelensky”, disse.

Segundo Trump, o vice-presidente dos EUA, JD Vance, o secretário de Estado, Marco Rubio, e o enviado especial, Steve Witkoff, serão responsáveis por conduzir os contatos com Kiev e Moscou. Ele também declarou que as garantias de segurança para a Ucrânia — fornecidas pelos países europeus em coordenação com Washington — foram discutidas no encontro.

Mais cedo, Trump disse que os EUA “ajudariam” a Europa a oferecer garantias de segurança à Ucrânia como parte de um eventual acordo para encerrar a guerra. Porém, sugeriu que não considera mais um cessar-fogo como pré-requisito necessário para um acordo de paz, posição defendida por Putin, mas rejeitada por Zelensky e pela maioria dos líderes europeus.

Ele reforçou que gosta “do conceito de um cessar-fogo”, mas que seria possível negociar um acordo mesmo com os combates em andamento. “Eu gostaria que eles pudessem parar, gostaria que eles parassem. Mas, estrategicamente, isso poderia ser uma desvantagem para um lado ou para o outro”, afirmou.

Em contrapartida, o presidente francês Emmanuel Macron e o chanceler alemão Friedrich Merz rejeitaram a sugestão. “Não consigo imaginar que a próxima reunião seja realizada sem um cessar-fogo”, disse Merz. “Portanto, vamos trabalhar nesse sentido e tentar pressionar a Rússia”, finalizou.

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