A Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC) promove nos dias 11 e 12 deste mês, o 5º Encontro Estadual de Mineração e o 1º Seminário de Minerais Estratégicos do Ceará. O evento, realizado em parceria com a UFC, reunirá especialistas, empresários, gestores públicos e pesquisadores para discutir inovação, sustentabilidade e o papel da mineração no desenvolvimento regional.

Setor mineral cearense possui diversos tipos de pedras exóticas                     Foto: Igor Vale/Divulgação FIEC

A abertura contará com a participação do presidente da FIEC e do Sindiminerais, Ricardo Cavalcante, que destacará a importância da atividade mineral para a economia cearense. Em seguida, representantes da Agência Nacional de Mineração, do Instituto Brasileiro de Mineração e das Indústrias Nucleares do Brasil (INB) participam de um painel voltado à mineração como estratégia de desenvolvimento sustentável. A presença do governador Elmano de Freitas reforça o peso institucional da agenda.

Programação estratégica na Casa da Indústria

Durante os dois dias, a programação contempla palestras e mesas-redondas que abordam desde o impacto da mineração na economia regional até os desafios e as potencialidades dos minerais estratégicos no Ceará. Entre os temas em destaque estão as rotas de processamento de minerais portadores de nióbio, os avanços tecnológicos aplicados ao planejamento de minas, os depósitos de terras raras, o aproveitamento de águas subterrâneas e as políticas públicas voltadas ao setor.

O encontro será também uma vitrine para o desempenho da mineração cearense. Em 2025, as exportações do setor devem ultrapassar a marca de US$ 100 milhões, gerando milhares de empregos, sobretudo em áreas rurais. Entre os produtos mais valorizados no mercado internacional estão os quartzitos ornamentais Taj Mahal, Perla Venata, Perla Santana, Matira, Nayca e Avohai. A iniciativa conta ainda com o apoio de sindicatos vinculados à FIEC – Simagran, Sindiminerais, Sindibrita, Sindcerâmica, Sindibebidas, Sindisal e Sindiverde – e busca consolidar uma visão integrada para o futuro do setor.

O Ceará também se destaca pela produção e exportação de magnesita, manganês, feldspato, mica e gipsita, além de apresentar elevado potencial em minerais estratégicos como lítio, grafita, cobalto, platina e ouro. Outros segmentos igualmente relevantes incluem a produção de calcário, base das indústrias de cimento, corretivos agrícolas e tintas; o setor cerâmico, presente em mais de 100 municípios; a produção de água mineral, com quase uma centena de empresas, e a exploração de brita e agregados para a construção civil.

Capilaridade e futuro do setor

Para o presidente do Simagran, Carlos Rubens Alencar, a realização conjunta do encontro e do seminário representa um divisor de águas para o setor. “O grande objetivo é conferir visibilidade a uma atividade que poderá movimentar, em 2025, entre US$ 110 e US$ 120 milhões em exportações, que gera cerca de 20 mil empregos na zona rural e está presente em praticamente todos os municípios cearenses. É um setor que tem grande capilaridade e importância social”, afirma.

Ele acrescenta que a agenda dos minerais estratégicos reforça a conexão entre a geologia do Estado e as novas demandas globais. “O Ceará tem ocorrências de lítio, grafita, cobalto e outros minerais que são fundamentais para a transição energética e digital. O contexto do seminário é justamente mostrar a relevância dessas potencialidades”, conclui Carlos Rubens.