A Oi enfrenta dificuldades financeiras desde 2016, quando ingressou no maior processo de recuperação judicial já registrado no país, com dívidas de R$ 65 bilhões.

A Justiça do Rio de Janeiro determinou o afastamento da diretoria e do conselho de administração da Oi, além da suspensão temporária da cobrança de dívidas da companhia. A decisão foi tomada pela juíza Simone Chevrand, da 7ª Vara Empresarial, e divulgada em fato relevante pela empresa na noite de terça-feira (30).

Segundo a magistrada, a medida antecipa efeitos de uma eventual liquidação da operadora, que está em recuperação judicial há quase dez anos. O despacho suspende por 30 dias a exigibilidade das obrigações extraconcursais, impedindo ações de cobrança por parte dos credores.

Foram nomeados Bruno Rezende e Tatiana Binato como gestores responsáveis pela transição dos serviços públicos prestados pela companhia e pela manutenção de suas operações. A decisão busca garantir a continuidade do serviço de telecomunicações, considerado essencial para a segurança pública.

A Oi enfrenta dificuldades financeiras desde 2016, quando ingressou no maior processo de recuperação judicial já registrado no país, com dívidas de R$ 65 bilhões. Na decisão mais recente, a companhia declarou passivo de R$ 1,5 bilhão e relatou problemas de fluxo de caixa, com previsão de déficit de R$ 178 milhões ainda neste mês.

A operadora também informou possuir ativos relevantes, como participação de 27,26% na V.tal, créditos em discussão com a Anatel no valor de R$ 8,3 bilhões e uma carteira de recebíveis de R$ 13,2 bilhões. Contudo, a juíza apontou inconsistências nas informações apresentadas ao longo do processo, como divergências sobre imóveis e saldo em caixa.

A decisão reforça a gravidade da crise da empresa, que já acumula uma década de tentativas de reestruturação sem sucesso, e abre caminho para uma transição controlada de seus serviços.