"Apelo pela paz"
Unicamp anuncia fim de convênio com instituto israelense em protesto à guerra em Gaza
Por Julia Fernandes Fraga - Em 01/10/2025 às 5:36 PM

Unicamp rompeu acordo com instituição israelense. Foto: Thomaz Marostegan/Unicamp/Agência Brasil
A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) anunciou nessa terça-feira (30) a rescisão unilateral do convênio de cooperação acadêmica com o Instituto Tecnológico Technion, de Israel. O acordo previa parcerias em projetos de pesquisa, além do intercâmbio de docentes, pesquisadores e estudantes de graduação e pós-graduação.
Em documento apresentado ao Conselho Universitário (Consu), a Reitoria afirmou que “a situação se deteriorou de tal forma que as violações aos direitos humanos e à dignidade da população palestina se transformaram em uma constante inaceitável”.
O reitor Paulo Cesar Montagner declarou que a decisão representa a reafirmação do “posicionamento contrário ao genocídio da população palestina” e destacou que a Unicamp já havia se manifestado sobre o tema em outras ocasiões. Segundo ele, a medida está em consonância com a posição do governo brasileiro e com iniciativas semelhantes de universidades no exterior.
Montagner frisou ainda que a rescisão não está ligada à competência técnica da Technion, considerada por ele uma das mais relevantes instituições de ensino superior do mundo. “Não colocamos a política na frente da ciência ou da tecnologia, mas apenas nos posicionamos dizendo: precisamos parar com isso. É necessário que as instituições assumam, definitivamente, que não dá mais para assistirmos episódios como os verificados no conflito”, afirmou durante a reunião do Consu.
Já nesta quarta-feira (1), o reitor disse que a decisão da universidade é um “apelo pela paz” e ressaltou que a iniciativa reflete discussões que vinham ocorrendo nas instâncias internas da instituição. “Tratou-se de uma posição política, com a forte intenção de preservar os princípios humanitários”, concluiu.
Repercussão
Durante o dia de terça-feira, estudantes montaram acampamento em frente à Reitoria, em apoio a uma moção que pedia o rompimento do convênio. A votação da proposta acabou não ocorrendo devido ao anúncio da rescisão.
Na reunião, a diretora da Faculdade de Educação, professora Débora Jefrey, relatou que a unidade havia aprovado uma moção de repúdio ao que chamou de “atrocidades” cometidas por Israel. “Somos pela vida. Somos contra o genocídio”, defendeu.
O conselheiro Angelo Basi também mencionou a participação da servidora da Unicamp e vereadora Mariana Conti na flotilha humanitária Global Sumud Flotilla.
A Embaixada de Israel no Brasil foi procurada pela Agência Brasil mas não se manifestou.
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