SISTEMA INDÚSTRIA

Ministro do TCU Aroldo Cedraz debate inteligência artificial durante o 23º ENASI

Por Marcelo Cabral - Em 03/10/2025 às 10:13 AM

Ministro Aroldo Cedraz destacou as oportunidades de desafios na IA para a advocacia contemporânea e a dinâmica produtivo nacional                                                            Fotos: Laura Guerreiro/Gecom FIEC

O primeiro dia do 23º Encontro Nacional dos Advogados do Sistema Indústria (ENASI), realizado nesta quinta-feira (2) na sede da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), foi marcado por debates de alto nível. Dentre os temas abordados, inovação tecnológica, governança e o papel estratégico da advocacia no setor produtivo.

A solenidade de abertura teve como ponto alto a palestra magna do ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Aroldo Cedraz, intitulada ‘Dos martelos aos algoritmos: Oportunidades e desafios da IA para a advocacia’. Em sua exposição, Cedraz analisou de forma aprofundada os impactos da inteligência artificial na gestão pública, na dinâmica produtiva nacional e nas práticas jurídicas contemporâneas, ressaltando os caminhos para uma integração responsável dessas tecnologias.

“Este evento é fundamental não só para a indústria, mas também para o avanço das ciências jurídicas no Brasil. Aqui encontramos a oportunidade de trocar ideias, ampliar reflexões e, sobretudo, aprender. Discutir um tema tão relevante como a IA é raro e necessário. Ela já provoca disrupções não apenas na indústria, mas em toda a vida econômica, social e administrativa do País”, afirmou o ministro.

Cedraz apresentou projetos inovadores conduzidos pelo TCU, como os assistentes virtuais ChatTCU e CoPilotTCU, além da Rede InovaGOV, que busca inserir soluções tecnológicas no cotidiano da administração pública. Ele destacou que os maiores desafios da adoção da IA passam por velocidade, inovação, integração e segurança – pilares que exigem governança sólida e atuação colaborativa.

Segundo o ministro, o julgamento humano permanecerá essencial nas decisões estratégicas. “A receita para um futuro próspero é simples: adotar rapidamente novas tecnologias, mas com segurança. A IA deve sempre potencializar a capacidade humana, não substituí-la. E, para isso, a cooperação é essencial”, reforçou Aroldo Cedraz.

Compliance, comércio internacional e jurisprudência

Após a palestra magna, o encontro seguiu com o painel ‘Temas modernos de compliance’, que analisou a evolução das práticas de integridade corporativa e seu papel central na construção da reputação empresarial. O debate contou com a participação do advogado Andrei Aguiar, da superintendente de Compliance e assessora da presidência da CNI, Danusa Costa Lima, e da gerente Jurídica da FIEC, Natali Camarão.

Na sequência, o painel ‘Defesa Comercial’ reuniu os advogados Clarita Maia e Francisco Niclós Negrão, além do superintendente de Relações Internacionais da CNI, Frederico Lamego. O encontro abordou instrumentos jurídicos e estratégicos de defesa no comércio internacional, reforçando a importância da articulação entre o setor produtivo e os órgãos públicos para garantir condições equânimes de concorrência.

Encerrando a programação do dia, a mesa ‘Modulação de efeitos nos Tribunais Superiores’ trouxe reflexões sobre o impacto das decisões judiciais de grande alcance. Participaram dos debates o advogado André Macedo de Oliveira, especialista na área, e Rodrigo Becker, representante da Advocacia-Geral da União (AGU).

Direito, indústria e desenvolvimento

As atividades do 23º ENASI serão concluídas nesta sexta-feira com uma visita técnica ao Terminal Portuário do Pecém, um dos principais ativos logísticos do Nordeste. A iniciativa busca aproximar a comunidade jurídica da realidade operacional e econômica da região, fortalecendo a conexão entre Direito, indústria e desenvolvimento regional.

Debates abordaram temas que impactam não apenas o setor industrial, mas todo o ecossistema econômico

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