A fabricação ocorrerá no Polo Automotivo de Goiana, em Pernambuco, e marca a chegada ao país de uma linha totalmente eletrificada

A Stellantis confirmou que a chinesa Leapmotor começará a produzir veículos no Brasil em 2026. A fabricação ocorrerá no Polo Automotivo de Goiana (PE) e marca a chegada ao país de uma linha totalmente eletrificada. O anúncio foi feito por Herlander Zola, presidente da Stellantis na América do Sul, durante o Salão do Automóvel de São Paulo.

A produção será integrada ao ciclo de investimentos de R$ 30 bilhões a R$ 32 bilhões previsto pelo grupo para a região. O processo inicial ocorrerá em regime CKD ou SKD, etapa que antecede a nacionalização mais profunda dos modelos. A Stellantis deve iniciar a operação com pelo menos um veículo da Leapmotor, mas não descarta ampliar o portfólio conforme a demanda e a evolução dos lançamentos globais da marca chinesa.

A parceria entre as empresas já permite que a engenharia brasileira participe diretamente do desenvolvimento dos veículos, realizando ajustes de tecnologia, calibrando suspensão e adaptando altura de rodagem para as condições brasileiras. A Stellantis também avalia a possibilidade de influenciar o design dos modelos produzidos futuramente.

O avanço da Leapmotor no país tem mostrado potencial. A plataforma Reef, base da sua tecnologia, registrou quase 500 unidades vendidas em apenas 10 dias no Brasil, desempenho que reforça a expectativa de crescimento da marca. A Stellantis enxerga a Leapmotor como candidata a ocupar o papel de “quarta montadora” dentro do complexo de Goiana, fortalecendo a operação multimarca da planta.

A estratégia de localização da produção e regionalização de fornecedores continuará a ser prioridade, com foco em competitividade e impacto social. Em Pernambuco, esse modelo já se traduz em geração de empregos diretos e indiretos e expansão do ecossistema automotivo local.

A aprovação da produção em regime KD representa um passo importante para consolidar a Leapmotor na América do Sul. A Stellantis projeta uma expansão rápida, mas alinhada ao ritmo de vendas e à consolidação da rede e dos produtos no mercado brasileiro.