Atual senador é o filho mais velho de Jair Bolsonaro. Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados

O senador Flávio Bolsonaro (PL) receberá, na noite desta segunda-feira (8) presidentes de ao menos três partidos para tratar de seu plano de candidatura à Presidência da República em 2026. A reunião ocorrerá em sua residência, em Brasília, com a presença dos presidentes do PL, Valdemar Costa Neto; do PP, senador Ciro Nogueira; e do União Brasil, Antônio Rueda.

Marcos Pereira, presidente do Republicanos, também foi convidado, mas informou que não poderá comparecer. Flávio busca apoio das quatro siglas para consolidar seu nome e abrir discussões sobre a indicação de um possível candidato a vice.

O encontro ocorre três dias após o senador declarar que foi escolhido pelo pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), como o nome do grupo para a disputa presidencial de 2026 — cenário antes dividido com nomes como o do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Nesse domingo (7), Flávio afirmou que só deixaria a disputa caso o próprio Jair Bolsonaro, atualmente inelegível e preso, pudesse concorrer.

Flávio Bolsonaro anuncia candidatura à Presidência em 2026 e diz ter apoio total de Tarcísio de Freitas

Repercussão

A movimentação também repercutiu internamente no PL. O líder do partido na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), declarou à CNN Brasil que o lançamento de Flávio como pré-candidato foi uma “sacada de mestre” do ex-presidente e um “teste de lealdade” do centrão. “O Jair sentiu-se abandonado pelo centro. […] Nós do PL não abandonaremos o ex-presidente”, garantiu.

No PL, a leitura é de que partidos do centrão não teriam cumprido acordos firmados nas eleições das mesas diretoras da Câmara e do Senado, e que este seria o momento de cobrar compromissos políticos.

Sob a liderança de Flávio, o PL também pressiona pela aprovação de um projeto de anistia mais amplo aos condenados por atos antidemocráticos, superior ao “PL da Dosimetria” apresentado pelo deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP).

O parlamentar afirmou que o texto final do projeto de lei da Dosimetria (anteriormente PL da anistia), relatado por ele, não contempla uma anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em entrevista ao portal Metrópoles divulgada nesta segunda-feira (8), Paulinho foi taxativo: “anistia para Bolsonaro está fora de questão.”

Paulinho, no entanto, detalha que seu projeto pode reduzir a pena do ex-presidente de 27 anos e três meses para dois anos e quatro meses. Ele avaliou que, com isso, o texto final “contempla o Bolsonaro, só não resolve o problema dele”.