educação

Governo anuncia R$ 1,17 bilhão para escolas indígenas e quilombolas

Por Aflaudisio Dantas - Última Atualização 28 de julho de 2025

Lula Agência Brasil

Presidente anunciou medida durante agenda em Minas Gerais Foto: Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou, nesta quinta-feira (24), um investimento de R$ 1,17 bilhão para a construção de 249 escolas voltadas às  comunidades indígenas e quilombolas em todo o país. O anúncio foi feito durante cerimônia em Minas Novas, no Vale do Jequitinhonha (MG), região marcada pela presença de comunidades tradicionais e altos índices de desigualdade social. Os recursos fazem parte do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e têm como objetivo promover a inclusão e a valorização dos saberes e culturas dessas populações historicamente marginalizadas.

Durante o evento, Lula ressaltou a importância de garantir acesso à educação de qualidade em territórios indígenas e quilombolas, reforçando que o direito à educação deve ser respeitado em sua diversidade. O presidente citou o exemplo de uma jovem quilombola que hoje cursa doutorado em Brasília para ilustrar como políticas públicas bem direcionadas podem transformar realidades. “É para que uma quilombola possa ser doutora, ser engenheira, ser médica. É para ela ser o que quiser”, afirmou.

A ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, destacou o abismo educacional enfrentado por essas populações. Segundo ela, o índice de analfabetismo entre indígenas é de 15%, mais que o dobro da média nacional (7%). Além disso, 26% das escolas indígenas não contam com esgotamento sanitário, 27% não têm acesso à água potável, 55% não possuem internet, 90% não têm bibliotecas e 94% estão sem quadras esportivas. Outro dado alarmante é que 78% dos professores dessas escolas são contratados de forma temporária, o que compromete a continuidade e a qualidade do ensino.

Entre as medidas anunciadas está a criação da Política Nacional de Educação Escolar Indígena, que prevê a organização do ensino por meio dos chamados Territórios Etnoeducacionais, respeitando a diversidade linguística, cultural e territorial dos povos indígenas. Também foi lançado o Programa Escola Nacional Nego Bispo, voltado à formação de professores em universidades públicas com foco em saberes afro-brasileiros e indígenas. Outra iniciativa é o novo Pronacampo, que propõe ações específicas para a educação no campo, nas águas e nas florestas, com monitoramento de metas e diretrizes curriculares próprias.

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opinião pública

Desaprovação ao Congresso ultrapassa 60% e STF lidera avaliação positiva

Por Aflaudisio Dantas - Em 25/07/2025 às 12:02 AM

Senado Plenário

Levantamento mostra que Senado é desaprovado por 61% da população Foto: Carlos Moura/Agência Senado

Uma pesquisa do Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe) revelou um alto nível de insatisfação da população brasileira com o Congresso Nacional. De acordo com o levantamento, realizado entre os dias 19 e 22 de julho de 2025, a desaprovação à atuação da Câmara dos Deputados atingiu 63%, enquanto o Senado registrou 61% de rejeição. A aprovação é significativamente menor: apenas 24% dizem apoiar o trabalho da Câmara, e 25% aprovam o desempenho do Senado. Um número expressivo de entrevistados, cerca de 13% e 14%, respectivamente, não souberam opinar ou preferiram não responder.

Esses índices mostram um cenário de desgaste da imagem do Legislativo perante a sociedade. A percepção negativa está relacionada a uma série de fatores, como lentidão na aprovação de projetos importantes, escândalos de corrupção, conflitos internos e um distanciamento crescente entre os parlamentares e as reais necessidades da população. A crise de confiança atinge tanto os deputados federais quanto os senadores, sugerindo que a crítica da sociedade não está restrita a um grupo específico, mas ao funcionamento geral do Congresso.

Além disso, o levantamento revelou que, pela primeira vez, o Supremo Tribunal Federal (STF) foi avaliado pelos brasileiros com aprovação superior à daqueles atribuídos ao Poder Executivo e ao Congresso Nacional. Segundo a pesquisa, o desempenho do STF foi visto de forma mais positiva do que o dos demais poderes, em um momento em que o Legislativo sofre forte rejeição, com índices acima de 60%. 

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diálogo e diplomacia

“A sanção não é contra o Lula, é contra o Brasil”, diz Mauro Filho ao defender união contra tarifaço

Por Aflaudisio Dantas - Em 24/07/2025 às 6:38 PM

Mauro Benevides Filho (2)

Deputado defende que vice-presidente Geraldo Alckmin tente primeiro contato com vice-presidente norteamericano J.  D. Vance Foto: Douglas Filho/Portal IN

O vice-líder do Governo Federal na Câmara dos Deputados, Mauro Filho (PDT-CE) diz que apenas um contato mais direto e incisivo pode barrar o tarifaço de 50% que deve ser imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a produtos brasileiros a partir de 1º de agosto. O parlamentar cearense defende uma união nacional para tratar do tema, deixando de lado paixões e convicções políticas. “A sanção não é contra o Lula, é contra o Brasil”, atesta, em entrevista exclusiva ao Portal IN.

Mauro Filho acredita que o melhor caminho seria tentar contato entre os vice-presidentes de Brasil e Estados Unidos, Geraldo Alckmin e J. D. Vance, respectivamente. “O J.D.  Vance, que é um cara mais conservador que o Trump, pode falar para o Trump dos problemas que o tarifaço iria acarretar e abrir o espaço para que o Lula dialogue”, diz. Segundo Mauro Filho, foi assim que agiram países atingidos por tarifaços impostos por Trump, como o México, Canadá e Japão.

“Eu reconheço, entretanto, que Lula não pode ligar para o Trump sem saber se o presidente norteamericano vai ouvir”, pontua. Na prática, o parlamentar afirma que instâncias como a Organização Mundial do Comércio, ou o envio de cartas entre os países, são medidas complementares, que sozinhas não dão conta do problema.

Impactos do tarifaço não podem ser ignorados

Apesar da relação de superávit que os Estados Unidos possui com o Brasil, caso se concretize, o tarifaço tem potencial para causar danos na economia brasileira, sobretudo nas indústrias do aço e produtos manufaturados. Segundo dados da Amcham Brasil, no primeiro semestre de 2025, a balança comercial entre os dois países é de US$ 1,7 bilhão favorável aos norteamericanos.

Ainda assim, setores ligados a produtos como suco de laranja, óleos combustíveis, café não torrados e aeronaves, empregam juntas centenas de milhares de pessoas. Essas áreas são destaques nas importações brasileiras com destino aos Estados Unidos. “Você vai mexer com o trabalhador brasileiro”, protesta Mauro Filho. Ele diz que o presidente Lula acerta quando contesta o tarifaço. “Quando o Lula traz para si a tentativa de retirar as tarifas, traz para perto pessoas que estavam distante dele”, argumenta.

Narrativas

Segundo Mauro Filho, os bolsonaristas, como o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) erram ao encampar campanha pró-tarifaço. Uma das primeiras justificativas apresentadas por Donald Trump foi uma suposta perseguição do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes ao ex-presidente Jair Bolsonaro. “Isso é um tiro no pé para acabar com emprego no Brasil. Como alguém vai para os Estados Unidos, encampar um campanha que pode acabar com o emprego no Brasil porque seu pai está com problemas?”, indaga.

O filho do ex-presidente está em solo norteamericano e tem se colocado a favor das tarifas por conta dos processos judiciais enfrentados pelo pai. Ele também se mostra como alguém que teria influência para reverter a posição de Donald Trump sobre o tarifaço.

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