Bênção papal

A poucos dias de assumir presidência do STF, Fachin participa de Jubileu da Justiça no Vaticano

Por Julia Fernandes Fraga - Em 22/09/2025 às 11:22 AM

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Ministro Edson Fachin e a esposa Rosana Fachin estiveram no Jubileu dos Operadores da Justiça, no Vaticano. Foto: Reprodução/Youtube Vatican News

O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), esteve no último sábado (20) no Vaticano, onde se encontrou com o papa Leão XIV. O momento ocorreu durante o Jubileu dos Operadores da Justiça, realizado na Praça de São Pedro, que reuniu juízes, advogados, procuradores e profissionais do direito de vários países.

A ida do ministro ao jubileu se deu poucos dias antes de ele tomar posse como presidente do STF, em solenidade marcada para 29 de setembro. 

Fachin, que é católico, acompanhou o discurso de Leão XIV, no qual o papa destacou que a justiça “não pode ser reduzida à mera aplicação da lei ou à atuação dos juízes”. O pontífice acrescentou que “a justiça se concretiza quando se volta para os outros, quando a cada um é dado o que lhe é devido, até alcançar a igualdade em dignidade e oportunidades”.

Ao final, citando Santo Agostinho, o chefe da Igreja Católica reforçou que “sem justiça não se pode administrar o Estado; é impossível que haja direito em um Estado onde não há verdadeira justiça”. Após a cerimônia, Edson Fachin e a esposa Rosana Fachin chegaram a cumprimentar o sumo pontífice. A viagem do ministro foi custeada pelo próprio e articulada com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

Detalhes da posse

A cerimônia de posse de Edson Fachin na presidência do STF acontecerá em 29 de setembro, próxima segunda-feira, e terá cerca de 1.500 convidados. O ministro Alexandre de Moraes será empossado vice-presidente da Corte. Ambos foram eleitos em agosto em votação simbólica, respeitando o critério de antiguidade.

Como presidente no biênio 2025-2027, Fachin vai definir a pauta do plenário, conduzir as sessões e chefiar a administração do Judiciário, incluindo a elaboração e envio do orçamento do Poder.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), devem participar do evento. O convite a Lula foi entregue pessoalmente por Fachin e Moraes no dia 16 de setembro, no Palácio do Planalto. 

A ministra Cármen Lúcia, atual presidente do TSE e única mulher no STF, fará o tradicional discurso em nome dos ministros.

Perfis dos novos dirigentes

Indicado ao Supremo pela ex-presidente Dilma Rousseff, Edson Fachin tomou posse em junho de 2015. Natural de Rondinha (RS), construiu sua carreira jurídica no Paraná, onde se formou em Direito pela UFPR. Foi relator da Operação Lava Jato, do processo sobre o marco temporal das terras indígenas e da ADPF das Favelas, que estabeleceu medidas para reduzir a letalidade policial no Rio de Janeiro.

Alexandre de Moraes, que assumirá a vice-presidência, é relator das ações penais da trama golpista de 8 de janeiro. Formado pela USP, foi indicado em 2017 pelo então presidente Michel Temer. Antes de chegar ao Supremo, foi secretário de Segurança Pública e de Transportes de São Paulo e ministro da Justiça. 

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