Mauro Vieira e Marco Rubio iniciaram tratativas sobre tarifaço. Foto: Montagem/Instagram/GovBR

O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, e o secretário de Estado dos Estados Unidos (EUA), Marco Rubio, devem se encontrar em breve em Washington para tratar da taxação extra sobre produtos brasileiros exportados ao país.

Em nota divulgada nesta quinta-feira (9), o Itamaraty informou que os dois conversaram por telefone. “Após diálogo muito positivo sobre a agenda bilateral, acordaram que equipes de ambos os governos manterão reunião proximamente em Washington, em data a ser definida, para dar seguimento ao tratamento das questões econômico-comerciais entre os dois países”, diz o comunicado.

“O Secretário de Estado convidou o Ministro Mauro Vieira para que integre a delegação, de modo a permitir uma reunião presencial entre ambos, para tratar dos temas prioritários da relação entre o Brasil e os Estados Unidos”, acrescenta.

As novas tratativas seguem a videoconferência realizada entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente norte-americano, Donald Trump, na última segunda-feira (6). Ambos se mostraram satisfeitos com a conversa e, segundo o líder brasileiro, as negociações “entram agora em outro momento”.

“Ele me telefonou da forma mais gentil que um ser humano pode lidar com o outro. Eu, tratando de forma civilizada, e ele me tratando de forma civilizada. […] Somos dois senhores de 80 anos, presidimos as maiores democracias do Ocidente e precisamos passar cordialidade e harmonia, e não discórdia e briga. Então, foi uma coisa extraordinária“, declarou Lula, depois, à um veículo de imprensa.

Contexto econômico

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o Brasil apresentará “os melhores argumentos econômicos” para tentar reverter o aumento das tarifas, que, segundo ele, encarece a vida dos americanos. Ele lembrou que os Estados Unidos já têm superávit comercial com o Brasil e amplas oportunidades de investimento em energia limpa e minerais críticos.

O chamado “tarifaço” integra a política de Trump de elevar tarifas de importação. Inicialmente, o Brasil foi atingido por uma taxa de 10%, mas em agosto entrou em vigor uma adicional de 40%, em retaliação a medidas que, segundo Washington, prejudicariam empresas de tecnologia dos EUA. Café, frutas e carnes estão entre os produtos afetados.