Presidente terá que cumprir recolhimento das 19h às 7h, inclusive aos fins de semana Foto: Reprodução Instagram

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) passará a ser monitorado por tornozeleira eletrônica após decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O dispositivo foi instalado nesta sexta-feira (18). A medida foi determinada no contexto de uma operação da Polícia Federal que cumpriu mandados de busca e apreensão em sua residência, em Brasília, e na sede do Partido Liberal (PL). A operação faz parte do inquérito que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado após a derrota de Bolsonaro nas eleições de 2022.

Além da tornozeleira, Bolsonaro terá que cumprir uma série de restrições: recolhimento domiciliar noturno entre 19h e 7h (inclusive aos fins de semana), proibição de uso de redes sociais e veto a qualquer contato com outros investigados no inquérito, incluindo seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro. As medidas têm como objetivo evitar riscos de fuga, especialmente para embaixadas estrangeiras, e impedir qualquer tentativa de obstrução da Justiça.

Segundo a decisão, Bolsonaro teria mantido contato com militares e diplomatas ligados a articulações golpistas, o que reforçou a necessidade do monitoramento eletrônico. Moraes justificou as restrições como “adequadas e proporcionais à gravidade dos fatos investigados” e apontou que há risco concreto de destruição de provas, fuga e reiteração criminosa.

A defesa do ex-presidente criticou duramente as medidas, alegando perseguição política e desproporcionalidade. Em nota, o Partido Liberal também se manifestou contra a decisão, afirmando que Bolsonaro sempre colaborou com as investigações e que a imposição da tornozeleira é injustificada. A medida, no entanto, foi mantida integralmente pelo STF.