Cândido Albuquerque gravou um depoimento emocionado sobre sua relação com o jusrista Paulo Bonavides

A advogado Cândido Albuquerque, ex-presidente da OAB-CE, professor-doutor titular e ex-Reitor da Universidade Federal do Ceará (UFC), destacou em suas redes sociais ter se emocionado na gravação de sua participação no filme sobre a vida e obra do professor de mestrado e doutorado da UFC e destacado jurista brasileiro, Paulo Bonavides. A direção do documentário foi confiada ao cineasta cearense Wolney Oliveira, que tem ficado atento a todos os detalhes, face a exemplar carreira jurídica de Paulo Bonavides, que faleceu em 30 de outubro de 2020, aos 95 anos.

Última foto com o grande professor e amigo Paulo Bonavides

Amigo de longa data da família do professor emérito da UFC, no domingo anterior ao seu falecimento, a esposa dele telefonou para Cândido, pois Paulo Bonavides queria falar com ele. “Imediatamente me arrumei e segui para sua casa. Ficamos mais de duas horas conversando, sobre os mais variados assuntos. Inclusive a d. Yeda tirou, creio eu, a última foto com algum amigo ao lado do professor Paulo Bonavides vivo”, lembra o advogado.

E mesmo nos últimos momentos de vida de Paulo Bonavides, mais uma vez o amigo Cândido Albuquerque se fez presente. “Ele estava em casa, na quarta-feira, e sua esposa me ligou, avisando que estava passando mal e o resgate do seu plano de saúde iria demorar. Imediatamente mandei uma ambulância e um médico da UFC para levá-lo ao hospital. Na quinta à noite, fui o último amigo a falar com ele pessoalmente, minutos antes da cirurgia da qual ele não voltou“, destaca Cândido Albuquerque.

Paulo Bonavides numa das visitas ao escritório de Cândido Albuquerque

Depois de conversar com Paulo Bonavides por alguns minutos, uma enfermeira chegou e falou que ele teria de sair do quarto, pois o paciente seria levado para o Centro Cirúrgico. “Neste momento ele pegou na minha mão e disse: ‘Cândido, quem te um amigo como você, tem um tesouro’. Nessa hora eu me emocionei demais, e não olhei mais para ele, para não ver que eu estava chorando. Por volta das 23 horas o médico me ligou, avisando que lamentavelmente o nosso professor emérito não havia resistido ao procedimento. Nossa amizade era grandiosa e muitas vezes ele ia ao meu escritório para conversarmos e tomarmos um café”, lamenta o ex-reitor da UFC.

No outro dia Cândido tinha uma viagem institucional para o exterior, tanto que às 5h30 foi para o hospital, até a chegada da equipe funerária, para acompanhar a saída do corpo do professor Paulo Bonavides para o velório e sepultamento. “Até cogitei em não viajar mais, entretanto liderava uma comitiva e não havia mais nada para se fazer por ele em vida. Infelizmente, não pude comparecer ao velório e sepultamento, pois estava em viagem. Lembro bem que ele foi um dos grandes entusiastas quando o meu nome foi indicado para assumir a Reitoria da UFC. Éramos verdadeiramente grandes amigos”, destaca Cândido.

E complementa afirmando que o Brasil e o Ceará devem muito ao professor Paulo Bonavides, sendo que Fortaleza e o Ceará precisam, com urgência, registrar um importante logradouro público com o seu nome. “O Conselho Universitário da UFC já designou o prédio antigo da Faculdade de Direito com o nome ‘Professor Paulo Bonavides’. Assim que o novo diretor tomar posse vamos trabalhar a fixação da homenagem. A cultura jurídica brasileira deve muito ao mestre Paulo Bonavides. E acho que Fortaleza e o Ceará devem prestar uma grande homenagem a ele, que era paraibano, mas muito cedo adotou o Ceará como sua casa. Sua carreira foi toda aqui, sua formação acadêmica foi toda na UFC, mas também realizou cursos fora do Brasil, notadamente em Harvard e numa universidade da Alemanha, cujo nome não recordo”, conclui Cândido Albuquerque.

Gravação do depoimento de Cândido Albuquerque para o filme que está sendo feito sobre Paulo Bonavides