Pelo quarto ano seguindo, o Castanhão não vai precisar mandar água para a Região Metropolitana de Fortaleza. Foto: Divulgação

Finalizada a quadra chuvosa de 2023, o cenário nos reservatórios do Ceará é melhor se comparado à situação de anos anteriores. O volume atual de 9,47 bilhões de metros cúbicos, correspondem a 51% da capacidade total do Estado, e estão distribuídos em 157 reservatórios estratégicos monitorados pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), é a maior reserva hídrica armazenada desde dezembro de 2012.

No começo deste ano, o percentual era de 31,4%, segundo o Portal Hidrológico. O saldo positivo é resultado do volume de chuvas acima da média em todo o Ceará, conforme prognóstico acertado da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme). Os dados foram apresentados nessa quinta-feira, 2,  pelos órgãos de Recursos Hídricos do Ceará, durante coletiva de imprensa no Palácio da Abolição, sede do governo estadual, em Fortaleza.

O secretário dos Recursos Hídricos, Robério Monteiro, destacou a capacidade dos reservatórios do Estado além do trabalho do Governo do Ceará para a conscientização do consumo consciente. “Para o Ceará isso representa muita coisa. Nós que estávamos preocupados no início do ano, e essa quadra chuvosa deixa a gente mais confortável por pelo menos mais dois anos. Começamos o ano com 31% na reserva do Estado e chegamos a 51%. Para nós isso é muito importante, pois representa capacidade de 9 bilhões de metros cúbicos de água. Deus proporcionou esse momento para o Estado e temos que aproveitar, mas não podemos abusar desse momento”, declarou.

Robério destacou a relevância que o tema possui para o governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT). Segundo ele, metade dos projetos apresentados pelo petista ao Governo Federal são voltados para a questão hídrica. “Dos dez projetos que o governador Elmano apresentou ao Governo Federal, cinco foram sobre a questão hídrica do Estado, especialmente com relação a prevenção. São quase três bilhões de investimentos que estamos defendendo com o Governo Federal”, afirmou o secretário.

Aportes 

A Bacia do Banabuiú, no Sertão Central, teve uma recuperação expressiva. Após anos seguidos de baixos aportes, a bacia registrou o maior volume dos últimos 10 anos. Nesta quadra chuvosa, a reserva hídrica na região passou de 9% para 41%, saindo da classificação “muito crítica” para “em alerta”. O aporte foi o maior registrado entre todas as bacias do Estado: cerca de 1,3 bilhão de metros cúbicos. Todos os 19 açudes monitorados na bacia do Banabuiú estão em condições melhores do que estavam no início do ano.

As recargas são um alento para a região que há, pelo menos, uma década convivia com insegurança hídrica em função do prolongado período de estiagem.

O Açude Orós se encontra com 67,5% de aporte, melhor número desde 2013. Já o Castanhão, que chegou a marcar 2,1% de volume em 2018, agora bate 32%, maior percentual desde 2014. Pelo quarto ano seguido, o Castanhão não mandará água para a região metropolitana de Fortaleza, devido ao bom volume acumulado nos açudes Pacoti, Pacajus Riachão e Gavião, que abastecem a Região Metropolitana.