O presidente Luiz Inácio Lula da Slva recebeu nesta segunda-feira (30), no Palácio do Planalto, o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, com o objetivo de discutir uma série de acordos comerciais bilaterais, bem como uma maior aproximação entre os países da União Europeia e do Mercosul, tendo o Brasil como um de seus principais interlocutores. Outro objetivo da visita foi promover a reaproximação entre os dois países.

Em seu discurso, o chanceler alemão destacou a realização de uma boa e amistosa cooperação entre a Alemanha e o Brasil, bem como entre ele e Lula. “Estou convidando o presidente Lula e sua equipe para consultas intergovernamentais na Alemanha, em muitas questões em que queremos colaborar de forma estreita: a luta contra as mudanças climáticas, proteção da floresta amazônica, ampliação das energias renováveis, produção de Hidrogênio Verde (H2V), uma transformação social justa de nossas economias e uma avança entre as relações entre União Europeia e Mercosul”, afirmou Scholz.

Olaf Scholz e Lula devem trabalhar em conjunto para concluir o acordo entre União Europeia e Mercosul            Foto: Divulgação

Afirmou, ainda, que é muito importante a preservação das florestas tropicais no Brasil e outros países da América Latina, pois se isso não for realizado, será muito difícil proteger as mudanças do clima e cumprir as metas do Acordo de Paris, pois para isso é preciso reduzir drasticamente as emissões de CO², um dos objetivos centrais do Clube do Clima.

E ressaltou que o Brasil terá uma papel fundamental na expansão de mercados verdes pioneiros, como estabelecer padrões de produtos industriais verdes, como o H2V. “O Brasil é um ator importante para poder avançar a transformação verde da economia mundial. Vocês têm muita experiência com energias renováveis e enormes potenciais através da produção e exportação de Hidrogênio Verde e seus produtos”, disse Olaf Scholz.

Lula

Por sua vez, o presidente brasileiro lembrou que quando exerceu o mesmo cargo entre 2007 e 2010, quase foi concluído o acordo comercial entre União Europeia e Mercosul, entretanto Brasil e Argentina queriam um acordo que não limitasse a reindustrialização dos dois países, e que os franceses fossem mais flexíveis, especialmente na questão agrícola.

“Estive esta semana com o presidente da Argentina e vamos trabalhar duro para retomar este acordo. Alguma coisa precisa ser mudada. Não pode ser feito tal como ele está lá. Vamos mostrar ao lado europeu o quanto nós somos flexíveis e queremos que eles mostrem para nós o quanto eles são flexíveis. E queria deixar claro que as compras governamentais são caras e isso pode atrapalhar o crescimento das nossas pequenas e médias indústrias”, disse.

E falou que pretende fechar esse acordo até o fim deste primeiro semestre. “Para que a gente comece a discutir outros assuntos e queríamos que a Alemanha contribuísse para que a Organização Mundial do Comércio (OMC) voltasse a funcionar. Pois é um fórum em que a gente pode discutir de forma muito mais aberta, com o mundo inteiro, a questão comercial. E o Brasil precisa fazer parte do Conselho de Segurança da ONU, pois ela não representa mais a realidade geopolítica mundial. E queremos que ela tenha mais força, até mesmo para evitar guerras como têm ocorrido nos últimos anos”, salientou Lula.