Atual PGR segue para segundo mandato no órgão. Foto: Alece

O Senado Federal aprovou nessa quarta-feira (12) a permanência de Paulo Gonet no comando da Procuradoria-Geral da República (PGR) por mais dois anos. A recondução recebeu 45 votos favoráveis e 26 contrários em Plenário, superando os 41 votos exigidos para a maioria absoluta. 

Mais cedo, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) havia aprovado o nome do procurador por 17 votos a 10, durante a análise da mensagem presidencial (MSF 60/2025), relatada pelo senador Omar Aziz (PSD-AM).

No Plenário, a votação foi marcada por posições divergentes. O senador Jorge Seif (PL-SC) afirmou que a gestão atual tem sido “apagada e subserviente”, sustentando que “o Brasil precisa e merece um Ministério Público altivo e independente”. Já a senadora Daniella Ribeiro (PP-PB) apoiou a recondução, destacando a “credibilidade, imparcialidade e compromisso institucional” de Gonet. “Ele [Gonet] é um homem honrado. Sua história o dignifica”, afirmou.

Sabatina

Na sabatina realizada pela CCJ, senadores concentraram perguntas sobre a atuação de Gonet nos processos referentes aos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023. O procurador defendeu o trabalho da PGR e informou que houve 715 condenações e 12 absolvições, enquanto outros 606 processos seguem em andamento.

Alguns parlamentares elogiaram a “postura ética e técnica do procurador-geral”, ressaltando seu respeito à Constituição. Outros levantaram questionamentos sobre sua “independência em relação ao Supremo Tribunal Federal (STF)” e sobre a condução de investigações sensíveis. 

Quem é

Paulo Gustavo Gonet Branco formou-se em direito pela Universidade de Brasília (UnB) em 1982, possui mestrado pela Universidade de Essex e doutorado pela UnB. Ingressou no Ministério Público do Distrito Federal em 1986, aprovado em primeiro lugar para promotor de Justiça. No ano seguinte, também em primeiro lugar, tornou-se procurador da República. Paulo Gonet ocupa o cargo de procurador-geral da República desde dezembro de 2023, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e é o responsável pelas acusações dos réus envolvidos na trama golpista de 2022, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

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