Antes de saída oficial, Barroso jantou com Lula em Brasília. Foto: Ricardo Stuckert/PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu na noite de sexta-feira (17) o agora ex-ministro Luís Roberto Barroso, que se aposentou oficialmente do Supremo Tribunal Federal (STF) nesse sábado (18). O encontro ocorreu no Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência, e durou cerca de duas horas, sem a presença de outras autoridades.

Segundo apuração da Folha de S.Paulo e da TV Globo, o jantar marcou a despedida de Barroso da Corte, que ele deixa aos 67 anos, oito anos antes da aposentadoria compulsória. Durante a conversa, Lula e Barroso trataram da sucessão no STF e de temas como política, vida pessoal e a presença feminina no Judiciário.

O presidente teria perguntado a Barroso sua avaliação sobre três nomes cotados para ocupar a vaga: o advogado-geral da União, Jorge Messias; o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG); e o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas. Barroso respondeu que considera os três “qualificados” para o cargo. 

Especulações

Integrantes do governo e do Judiciário afirmam que Lula já teria se decidido por Messias, mas ainda não anunciou oficialmente. A expectativa é que a nomeação do novo ministro ocorra nesta semana. O indicado precisará passar por sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado e, depois, ser aprovado pelo plenário, com pelo menos 41 votos favoráveis. 

Por outro lado, com a vaga aberta no STF, artistas, influenciadoras e advogadas têm endossado uma campanha para pressionar o presidente Lula a indicar uma mulher à Corte. A mobilização on-line já conta com milhares de assinaturas em abaixo-assinado.

A cantora Anitta; as apresentadoras Angélica e Giovana Ewbank; as atrizes Fernanda Torres, Grazi Massafera e Camila Pitanga; a advogada Gabriela Prioli; e a influenciadora Juliette, são algumas das figuras que se manifestaram publicamente à favor da indicação de uma mulher. 

Em 134 anos de história, dos 171 ministros que passaram pelo Supremo, apenas três mulheres ocuparam o cargo, das quais resta ainda a ministra Cármen Lúcia.