Além de Jair Bolsonaro e  Alexandre Ramagem, o filho do ex-presidente, Carlos Bolsonaro também foi indiciado Foto:  reprodução Instagram

A Polícia Federal finalizou nesta terça-feira (17) o inquérito que investigava a existência de uma estrutura clandestina de monitoramento dentro da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. No desfecho das investigações, foram indiciados Bolsonaro, seu filho Carlos Bolsonaro, vereador no Rio de Janeiro, e Alexandre Ramagem, ex-diretor-geral da Abin.

A apuração, que se estendeu por quase dois anos, revelou o uso de ferramentas ilegais para rastreamento de adversários políticos, autoridades públicas e jornalistas. De acordo com a PF, o sistema de geolocalização conhecido como “First Mile” foi utilizado para acessar, sem autorização judicial, a localização de celulares de diversas pessoas.

O documento final, que supera 800 páginas, foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). A investigação incluiu cinco fases operacionais, entre elas a operação “Última Milha”, que teve como foco central o ex-diretor da agência, Alexandre Ramagem.

Além dos três principais nomes, outras 30 pessoas também foram indiciadas. Entre os novos alvos estão integrantes da atual direção da Abin, incluindo o diretor-geral Luiz Fernando Corrêa e o chefe de gabinete Luiz Carlos Nobrega. Segundo a PF, há indícios de que houve tentativa de obstrução das investigações por parte de alguns envolvidos.

Com a conclusão do inquérito, o STF agora deverá remeter o material à Procuradoria-Geral da República (PGR), que será responsável por decidir se formaliza uma denúncia criminal. Caso a PGR apresente a denúncia e ela seja aceita pelo Supremo, os indiciados passarão a responder como réus no processo.