Ex-presidente Jair Bolsonaro está preso na Superintendência da PF, em Brasília, após condenação do STF – Foto: Agência Brasil

O cenário político brasileiro ganhou novo capítulo nesta quinta-feira (27), quando o PL decidiu suspender as atividades partidárias e o pagamento de salário ao ex-presidente Jair Bolsonaro, hoje presidente de honra da legenda. A medida ocorre após a condenação definitiva imposta pelo STF, que responsabilizou o ex-chefe do Executivo pela liderança de uma trama golpista destinada a reverter o resultado das eleições de 2022.

Até então, Bolsonaro recebia do partido cerca de R$ 40 mil, valor que, somado às suas aposentadorias, elevava sua renda mensal para mais de R$ 86 mil. Com a punição, o ex-presidente perde também seus direitos políticos, ficando impedido de exercer funções partidárias ou eletivas.

Em nota oficial, o PL informou: “Infelizmente, por decorrência da lei e em razão da suspensão dos direitos políticos do nosso presidente de honra, Jair Bolsonaro, as respectivas atividades partidárias de nosso líder estarão igualmente suspensas, inclusive a sua remuneração, enquanto perdurarem os efeitos do acórdão condenatório na AP 2668″.

A decisão ocorre apenas dois dias após o STF sentenciar Bolsonaro a 27 anos e três meses de prisão. O julgamento apontou sua participação direta na articulação da tentativa de ruptura institucional que marcou o período pós-eleitoral de 2022.

O impacto financeiro para o ex-presidente é significativo. Em 2023, Bolsonaro recebia quase R$ 86,5 mil mensais — sendo R$ 39.293 pagos pelo PL, além das pensões militares de R$ 11.945 e da aposentadoria da Câmara dos Deputados, de R$ 35.223.

A situação jurídica do ex-presidente se agravou no último sábado, quando foi preso preventivamente pela Polícia Federal, sob alegação de risco de fuga e ameaça à ordem pública. Com a condenação definitiva, o ministro Alexandre de Moraes determinou sua manutenção na Superintendência Regional da PF, no Distrito Federal.