tensão crescente

Prisão domiciliar de Bolsonaro divide reações entre críticas de aliados e comemoração de governistas

Por Marlyana Lima - Em 05/08/2025 às 1:54 AM

Bolsonaro Moraes

A novas medidas cautelares aplicadas ao ex-presidente Bolsonaro pelo ministro Alexandre de Moraes dividiram opiniões 

A decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de decretar prisão domiciliar contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) gerou reações imediatas e opostas entre parlamentares de direita e de esquerda. Enquanto aliados bolsonaristas classificaram a medida como autoritária, governistas celebraram a decisão como resposta à afronta às instituições.

Nas redes sociais, o líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), atacou a medida: “Ditadura declarada: Bolsonaro preso em casa por ordem de Moraes. O que mais falta acontecer? Tentaram matá-lo. Perseguiram sua família. Proibiram-no de falar. Agora o trancam dentro da própria casa, como um criminoso”, escreveu.

Outro aliado, o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), ironizou os motivos da decisão judicial: “Corrupção? Rachadinha? Desvio de bilhões? Roubou o INSS? Não. Seus filhos postaram conteúdo dele nas redes sociais. Que várzea.”

Repercussão de aliados no Ceará

No Ceará, políticos bolsonaristas também se manifestaram contra a decisão. O vereador de Fortaleza, Inspetor Alberto (PL), publicou em seu Instagram uma imagem com a manchete da prisão e criticou: “Moraes dobra a aposta.”

O deputado federal André Fernandes (PL) destacou um trecho da decisão de Moraes, onde o ministro afirma: “A Justiça é cega, mas não é tola”. O parlamentar comentou: “A democracia brasileira afundando que nem a tecla do caps lock.”

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Deputado federal André Fernandes se manifestou nas redes sociais

O deputado estadual  Alcides Fernandes (PL) publicou um vídeo em que chama a decisão de “vingança política”. Para ele, o Brasil vive sob uma “ditadura” e afirmou que “acabou a democracia”.

Bolsonarista dos mais aguerridos, o deputado Carmelo Neto (PL), disse: “Bolsonaro já estava preso” e que agora “ficou claro” que “eles não querem é ele vivo”.  Em seguida, em outra publicação, declarou: “Abuso de poder! Alexandre de Moraes precisa ser impedido. O Brasil é refém!”

A vereadora de Fortaleza Bella Carmelo (PL) foi ainda mais direta em um vídeo postado no Instagram: “Querem matar Bolsonaro mantendo ele vivo”. Ela relacionou a decisão de Moraes às manifestações realizadas no domingo (3) por bolsonaristas, que pediram anistia aos envolvidos na tentativa de golpe de janeiro de 2023.

Governistas ironizam

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Deputado e líder do PT na Câmara, Lindbergue Farias considerou a medida proporcional à gravidade dos atos

O líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias (RJ), aresposta do Supremo foi proporcional à gravidade dos atos. E completou: A prisão domiciliar visa conter o comportamento reiterado de afronta às instituições e proteger a ordem pública até o fim do julgamento.”

Já entre os parlamentares da esquerda, o clima foi de comemoração. O deputado Guilherme Boulos (PSOL-SP) publicou em tom irônico:
“Um tornozelo de cada vez em direção à Papuda”, referindo-se à tornozeleira eletrônica imposta a Bolsonaro como parte das medidas cautelares.

A deputada Erika Hilton (PSOL-SP) também ironizou: “Com isso, o ex-presidente não poderá sair de casa nem mesmo antes das 19h, tornando as nossas ruas mais seguras”. Ela ainda celebrou a decisão: “O Ministro Alexandre de Moraes acaba de decretar a prisão domiciliar do inelegível, golpista e traidor da pátria Jair Bolsonaro por descumprir as medidas cautelares definidas pelo STF.”

A polarização política em torno do ex-presidente se intensifica à medida que se aproxima o julgamento no STF sobre a suposta trama golpista da qual Bolsonaro é réu. Até lá, ele seguirá impedido de usar celulares, inclusive por terceiros, e de manter contato com aliados políticos, autoridades estrangeiras e outros investigados.

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