O ex-diretor da Abin está nos EUA desde setembro. Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta segunda-feira (15) que seja solicitado aos Estados Unidos o pedido de extradição do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ). A Secretaria Judiciária do STF deverá enviar ao Ministério da Justiça (MJSP), responsável pela formalização, a documentação necessária para o pedido de extradição, com tradução para o inglês. 

Condenação e fuga do país

Ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) no governo de Jair Bolsonaro (PL), Ramagem foi condenado a 16 anos de prisão na ação penal que apurou a trama golpista. Constam na lista os crimes de golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa. Em razão da condenação, o Supremo determinou a perda do mandato de Ramagem, ainda não declarada pela Mesa Diretora da Câmara dos Deputados. 

Em setembro, o delegado deixou o país para evitar o cumprimento da pena e passou a morar em Miami (EUA). Durante as investigações, ele estava proibido de sair do Brasil e havia entregado todos os passaportes.

Após a confirmação da fuga, a Câmara informou que não foi comunicada sobre a saída do parlamentar do território nacional nem autorizou missão oficial no exterior. A Casa também informou que Ramagem apresentou atestados médicos relativos aos períodos de 9 de setembro a 8 de outubro e de 13 de outubro a 12 de dezembro.

O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, relatou que Ramagem deixou o Brasil clandestinamente pela fronteira com a Guiana e utilizou passaporte diplomático para entrar nos Estados Unidos. Segundo a PF, o deputado contou com apoio para escapar pela fronteira do estado de Roraima. No sábado (13), foi preso um homem suspeito de auxiliar na fuga, identificado como Celso Rodrigo de Mello, filho de Rodrigo Cataratas, conhecido por ligação com o garimpo.