O ex-senador Tasso Jereissati (PSDB) teceu duras críticas ao governo de Elmano Freitas, afirmando que os primeiros passos da gestão do petista no comando do Palácio da Abolição têm “fisiologismo” e “clientelismo”. Para o tucano, os atos iniciais de Elmano significam “retrocesso” para o Ceará. As declarações ocorreram durante almoço empresarial promovido pela Associação de Jovens Empresários (AJE), em Fortaleza.

Esta foi a primeira declaração pública do ex-governador contra o governo. Ao jornal O Povo, ele classificou as escolhas do primeiro escalão do secretariado de Elmano como “absolutamente políticos”, havendo também ausência de governo. “(Há) apenas um projeto político-eleitoral e cada vez mais nesse sentido fisiológico e clientelista”, criticou.

Tasso também reprovou a forma com que a Assembleia Legislativa do Ceará (Alece) está se relacionando com o Governo do Estado. Conforme o empresário, os deputados que compõem a base governista estão ‘cooptados’ e ‘acomodados’. “Todo mundo está acomodado achando que isso não tem consequências”, advertiu o ex-senador, cujo mandato se encerrou em 31 de janeiro.

“O governo criou mais de 14 secretarias. Estamos vendo a política voltando a ser feita assim. A oposição não existe mais aqui no Ceará, é cooptada dessa maneira, dando uma secretaria, um cargo. Como se fez também no Brasil e como Lula está querendo fazer”, afirmou Tasso à reportagem.

Esta foi a primeira vez que o tucano criticou o governo estadual. No início desta semana, em entrevista ao Estadão, ele disparou contra a política econômica do governo Lula, dizendo que “não veio um Lula Mandela, veio um Lula anti-Bolsonaro”. Tasso apoiou o petista no pleito contra o agora ex-presidente da República, Jair Bolsonaro (PL).