
disputa de narrativas
Taxação dos super‑ricos provoca embate entre PT e Zema
Por Aflaudisio Dantas - Em 29/06/2025 às 3:36 PM

Coube ao governador de Minas Gerais responder em nome da oposição Foto: Divulgação / Governo de Minas Gerais
O Partido dos Trabalhadores lançou campanha nas redes sociais defendendo a taxação de pessoas de alta renda, os chamados “super‑ricos”, em uma iniciativa que mistura arte visual, inteligência artificial e forte apelo popular. Em um vídeo divulgado na quinta‑feira, 26 de junho de 2025, a peça tem o objetivo de retratar uma balança desproporcional: de um lado, trabalhadores usando roupas simples; do outro, homens de terno, simbolizando bilionários, bancos e plataformas de apostas. A narrativa afirma que “para manter as contas equilibradas” é preciso cobrar mais de quem “sempre pagou pouco ou quase nada”, consolidando o slogan “Taxação BBB: bilionários, bancos e bets”.
A reação da oposição veio rapidamente. O governador de Minas Gerais e possível candidato à Presidência em 2026, Romeu Zema (Novo), publicou uma paródia em vídeo nas redes sociais, invertendo a retórica petista. Seus “super‑ricos” seriam agora Lula, Haddad e Janja, enquanto “o povo” aparece “esmagado” em outra parte da balança. Zema satiriza ainda o slogan do PT, definindo a mensagem como “mais um blá‑blá‑blá” do governo.
O contexto para o embate é a recente derrota do governo no Congresso, que derrubou o decreto de aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) em 25 de junho. Na avaliação petista, embora o governo tenha perdido a votação, conseguiu vencer a disputa narrativa, polarizando o debate em torno da ideia de justiça fiscal “pobres x ricos”. A escolha de hashtags pelo partido, como “Ricos paguem a conta”, “Congresso inimigo do povo” e “Haddad tem razão”, reforça a estratégia de mobilização digital.
No mesmo sentido, o presidente Lula e a primeira‑dama, Janja, buscaram reforçar a narrativa ao publicar material visual, incluindo uma história em quadrinhos, explicando que não se trata de aumento de impostos, mas de aplicar “justiça tributária” aos mais ricos. O objetivo é manter acesa a discussão pública enquanto o governo, ciente da resistência no Congresso, aposta na narrativa como instrumento de pressão e conectividade com sua base.
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