O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu manter a realização da acareação marcada para a próxima terça-feira, 30, no âmbito da investigação que apura suspeitas de irregularidades envolvendo o Banco Master. Em decisão proferida no sábado (27), o magistrado rejeitou o recurso apresentado pelo Banco Central (BC), que solicitava mais esclarecimentos sobre o procedimento.
No despacho, Toffoli deixou claro que o Banco Central e o diretor de Fiscalização, Ailton de Aquino Santos, não figuram como investigados na apuração. Segundo o ministro, ambos se enquadram como “terceiros interessados”, ainda que sua participação seja considerada essencial para o esclarecimento dos fatos.
A investigação se debruça sobre negociações entre instituições financeiras que estavam sob a supervisão do BC, o que, na avaliação do ministro, torna indispensável a presença da autoridade reguladora na acareação. Toffoli rechaçou os questionamentos sobre a necessidade do encontro direto e enfatizou que o procedimento é fundamental para compreender a dinâmica das tratativas analisadas.
Mesmo ocorrendo durante o recesso do Judiciário, a realização da acareação foi considerada urgente. O ministro destacou o impacto relevante no sistema financeiro brasileiro e o volume de provas já reunidas como fatores que justificam a celeridade do processo.
No centro da apuração está uma operação de R$ 12,2 bilhões, relacionada à tentativa de venda do Banco Master ao Banco de Brasília (BRB). O negócio acabou não sendo concretizado depois que o próprio Banco Central identificou indícios de problemas ao examinar dados técnicos da transação.

No centro da operação está a tentativa de venda do Banco Master que tem graves indícios de irregularidades
A condução da acareação ficará a cargo da Polícia Federal, sob a coordenação de um juiz auxiliar do gabinete de Toffoli. O ministro também determinou a manutenção do sigilo da investigação, com o objetivo de preservar o trabalho policial e evitar interferências externas.
Com a negativa do recurso, o diretor do Banco Central e os demais envolvidos foram oficialmente comunicados de que devem comparecer à audiência na data prevista, reforçando o avanço de um caso que segue sob atenção do STF e do mercado financeiro.































