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Dos juros ao design de Fortaleza

Por Admin - Em 09/12/2021 às 11:42 AM

Se é previsto, está precificado!

Como o esperado pelo mercado, o Comitê de Política Econômica (Copom), do Banco Central, elevou a Taxa Selic em 1,5 ponto percentual. Agora, os juros básicos praticados no País chegam a 9,25%. É o maior patamar desde julho de 2017, quando estavam em 10,25% ao ano. São 7,25 pontos percentuais em sete reuniões consecutivas do Copom. E o maior ciclo de altas também desde o segundo governo de FHC, entre outubro de 2002 e fevereiro de 2003, quando os juros subiram 8, 5 pontos percentuais saindo de 18% para 26,5%. Já vínhamos antecipando esta expectativa por aqui desde a semana passada. Sabemos: o previsto está precificado. O que isso significa? Os agentes do mercado financeiro já trabalhavam com esta possibilidade dada como certa. Não provocou sobressaltos no mercado. Muito menos está resolvendo o problema para o qual é providência. O objetivo da expansão dos juros é conter a inflação. O viés de alta está consolidado há meses no Brasil. E os preços seguem subindo. É que o remédio prescrito para um tipo de inflação não serve para a que, de fato, afeta o Brasil. A falta de poder de compra por escassez de renda e desvalorização do real. O País vive recessão técnica, o setor produtivo está em compasso de espera. Em economês, isto se traduz em uma palavra estranha: estagflação. O fenômeno da estagnação, em que se dá aumento constante da taxa de desemprego combinado com elevação contínua dos preços. E aqui vale destacar quais preços sobem mais, hoje, no mercado nacional: alimentos e combustíveis. Tirem suas conclusões.

 

Viés de alta mantido, Poupança perde.

O Copom vai se reunir novamente daqui a 45 dias. E a previsão é de um novo reajuste e do mesmo tamanho. Caso ocorra assim, a Selic passará dos atuais 9,25% para 10,75% ao ano. O maior nível desde maio de 2017.  O novo patamar dos juros atingiu em cheio a Poupança (também adiantamos aqui). A fórmula de cálculo muda. Ironicamente, o investimento mais popular entre os brasileiros e historicamente estimulado pelo próprio Governo (até para garantir recursos para o financiamento imobiliário) vai ficar ainda menos atrativo. As regras para este papel estabelecem que, quando a Selic está acima de 8,5% ao ano, a remuneração passa a ser de 0,5% ao mês mais a Taxa Referencial (TR). O problema é que essa taxa hoje é zero. Assim, a poupança passa a render 6,17% em um ano. A matemática da coisa não é tão simples. Não basta multiplicar 0,5% por 12 meses (6%). Os juros aplicados aqui são compostos. Ou seja, juros sobre juros. Contados sobre ganhos do mês anterior. Não uma conta em que o juro é aplicado uma vez só diretamente a uma base (os juros simples).  Até a Selic de 7,75%, a poupança rendia 5,43% em um ano — equivalente a 70% dos juros básicos mais TR.

 

Os nossos no topo!

 

Alberto Gadanha, designer/Divulgação

 

Fortaleza faz parte da Rede Mundial de Cidades Criativas da Unesco, o braço cultural da Organização das Nações Unidas (ONU). A chancela está abrigada na vice-prefeitura  por decreto municipal. O focus point da chancela, o designer Alberto Gadanha, contou à coluna que designers cearenses fecham o ano com conquistas incríveis na 11ª edição do Brasil Design Award, importante prêmio do cenário nacional. De uma cadeira até as novas embalagens da cerveja Capitosa, passando pela reutilização de plásticos. Oito prêmios no total. “A medalha de Ouro veio para Fortaleza. A cadeira Caré, de Leo Ferreiro, inspirada numa jangada, ganhou como Design de Produto. Essa é uma importante categoria do design. Talvez a mais importante por representar a cadeia produtiva completa, desde a manufatura do objeto até a sua funcionalidade, passando pelo design com a nossa cara. Do conceito à produção. E este processo envolve a inteligência do criativo. Isto é uma grande conquista e resultado do trabalho que vem sendo feito no design local”, destaca Gadanha.

 

Economia criativa e os designers de Fortaleza

 

Cadeira Caré, de Leo Ferreiro

O design é uma das expressões mais relevantes de um  modelo econômico que cresce no ritmo da nova conquista do espaço com os Bezos e Musks da vida… A analogia pode ser aplicada porque estamos tratando da formação de um tipo de capital que ultrapassa a fronteira da indústria tradicional. É a economia criativa que gera emprego, renda e apresenta a todos nós um novo ativo: o capital simbólico. Barcelona é um bom exemplo desse modelo. Centro financeiro, principal cidade da Catalunha e na região mais rica da Espanha, A cidade do arquiteto Antoni Gaudi apostou no design como via de crescimento da sua economia. E deu muito certo. Barcelona é turística, tem serviços de primeira linha, é planejada, sua cultura é um atrativo e é detentora de um capital simbólico enorme.

 

 

Sim, o design!

Embalagens da Cerveja Capitosa

Fortaleza conquistou uma chancela que apenas 250 localidades no mundo têm. É cidade criativa de uma rede global. O desempenho dos nossos designers é a prova de que podemos repetir aqui o que aconteceu em Barcelona. Os nossos campeões do Brasil Design Awards são: Leo Ferreiro (Ouro, com Cadeira Caré/Design de Produto), Érico Gondim (Prata, Produtos Currupio/Impacto Ambiental e Bronze com Cobogó Molusca/Design de Produto), Lorena Araújo (Prata com Zine Manifesto Nordeste/Design Editorial), Ana Soter (Prata com Biblioteca Estadual do Ceará/ prata em Sinalização), Miligrama Design (Bronze com a embalagem da Cerveja Capitosa), Museu de Arte da UFC (Bronze em Design Gráfico), e Adalfan Filho, Bronze com banco sapateira Aracati, também Bronze em Design de Produto).

 

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