O presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, acredita que o acordo favorece ambos os lados, configurando-se como um “ganha-ganha”

A Anfavea, entidade que representa as montadoras, fez uma análise positiva sobre o acordo comercial firmado entre o Mercosul e a União Europeia na última sexta-feira (6). Para a associação, o tratado parece criar uma situação vantajosa para ambos os blocos no setor automotivo. O presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, ressaltou que, enquanto as montadoras brasileiras terão mais tempo para se preparar para a competitividade com os carros europeus, o acordo facilitará o acesso dos fornecedores brasileiros às empresas europeias.

Durante a apresentação do mais recente balanço de resultados do setor, Leite afirmou que, apesar de o acordo ter sido anunciado, ele ainda precisa ser assinado e seus detalhes completamente entendidos. No entanto, ele acredita que o acordo favorece ambos os lados, configurando-se como um “ganha-ganha”.

O tratado prevê que, nos primeiros seis anos após sua implementação, o Brasil manterá sua atual tarifa de importação de 35% sobre os automóveis. O comércio de carros sem tarifas será possível apenas após 30 anos da entrada em vigor do acordo, com exceção dos veículos eletrificados, que terão tarifas eliminadas em 18 anos. Leite explicou que o impacto real para a indústria automotiva ocorrerá de forma gradual, com adaptações a partir do sétimo ano, o que proporciona um período mais longo de transição.

Ele também destacou que, com o acordo, os fornecedores brasileiros terão mais oportunidades de abastecer o mercado europeu, já que muitas montadoras da União Europeia hoje não compram componentes do Brasil devido à tributação sobre as importações. Leite acredita que o acordo trará benefícios ao Brasil nos próximos 20 anos ou mais, mas que o efeito será mais perceptível a longo prazo.

Em resumo, a Anfavea vê o acordo como uma oportunidade importante para o setor automotivo brasileiro, mas acredita que a adaptação será gradual, com resultados mais evidentes a partir de um futuro mais distante.