Safiras, ametistas, topázios azuis, turmalinas e cristais incolores compõem a paisagem subterrânea de Cristalina Fotos: Reprodução

O Brasil ocupa uma posição de liderança entre as nove principais regiões do mundo em extração de pedras preciosas — não apenas em volume, mas também em diversidade mineral. De acordo com o Serviço Geológico do Brasil, o país é hoje um dos maiores produtores globais de gemas.

Minas Gerais, sozinha, responde por cerca de 25% das pedras extraídas no planeta. Mas é no coração do Centro-Oeste que repousa sua joia mais rara: Cristalina, cidade goiana que abriga a maior reserva de cristais de rocha do mundo.

Descoberta em 1974, a reserva impressiona pela escala e pela origem: os cristais começaram a se formar há cerca de 300 milhões de anos, em um ambiente subterrâneo úmido e de alta temperatura.

Ali, estruturas de quartzo gigantescas — algumas com até dez metros de comprimento — atraem o olhar de geólogos, cientistas, colecionadores e investidores de diferentes partes do mundo.

Valor que transcende a pedra

Cristalina, cidade goiana que abriga a maior reserva de cristais de rocha do mundo

A força mineral de Cristalina vai além da rocha. A cidade consolidou-se como um dos principais polos de extração e comercialização de cristais e gemas do país, movimentando uma economia que atravessa os setores da mineração, do turismo e do consumo simbólico.

A cada ano, visitantes percorrem as estradas que levam ao município com um propósito claro: estar mais perto da terra e de seus códigos mais profundos.

Quatro áreas de mineração legalizadas oferecem ao turista uma experiência rara — e quase arqueológica: cavar o solo com as próprias mãos e, com sorte, encontrar uma pedra bruta, ainda crua e enigmática.

A vivência, para muitos, carrega algo de ritual e revela um Brasil que ainda guarda segredos sob a superfície.

A elegância do subsolo

Safiras, ametistas, topázios azuis, turmalinas e cristais incolores compõem a paisagem subterrânea de Cristalina, cuja vocação mineral dialoga, hoje, com um movimento crescente de valorização da natureza, do bem-estar e da energia.

A cidade também preserva 500 hectares de cerrado nativo, em uma tentativa de conciliar extração e preservação — ritmo econômico e tempo da terra.