EFICÁCIA COMPROVADA

Capacete respiratório Elmo autorizado a iniciar sua produção em escala industrial

Por Marcelo - Em 06/11/2020 às 8:31 AM

O Elmo, um capacete de assistência respiratória totalmente desenvolvido no Ceará, recebeu aprovação na fase de testes, exigido pela Anvisa e parte, agora, para um novo desafio, que será a produção industrial em larga escala. O equipamento foi utilizado para salvar a vida de vários pacientes de Covid-19, mas também pode ser utilizado no combate a outras doenças respiratórias, como pneumonia ou H1N1, pois evita a intubação.

Capacete de assistência respiratória Elmo foi desenvolvido no Ceará e, agora, entra em produção industrial        Foto: Divulgação 

Ao utilizar um mecanismo de respiração artificial não invasivo, o Elmo reduziu em 60% a necessidade de internações em leitos de Unidade de Terapia Intensiva. Com isso, quatro das dez pessoas que usaram o capacete no Hospital Leonardo da Vinci precisaram ser transferidas para UTIs. O dispositivo trata quadro clínico moderado e também auxilia casos em início de gravidade.

Com sua eficácia comprovada, o aval foi concedido no dia 29 de outubro à Esmaltec, empresa que vai fabricá-lo e comercializá-lo. Já a patente do dispositivo foi registrada no Instituto Nacional da Propriedade Industrial em julho. O equipamento foi idealizado pelo superintendente da Escola de Saúde Pública do Ceará, Marcelo Alcântara.

“Os pacientes melhoraram a oxigenação e tiveram evolução clínica. Esperávamos que metade dos pacientes se beneficiassem, mas foi acima do esperado. E não eram casos leves, todos utilizavam doses altas de oxigênio. Estavam numa situação limítrofe, com risco de internação em leitos de UTI, e melhoraram relativamente rápido”, comemorou Marcelo Alcântara.

A proposta de criar um capacete de assistência respiratória ocorreu no início de abril, unindo ciência, tecnologia e inovação, um dos valores da Secretaria de Saúde do Ceará. Ao todo, nove protótipos foram sugeridos e testados em voluntários no Laboratório Elmo. Com a consolidação do equipamento, iniciou-se a aplicação em pacientes infectados pelo novo coronavírus.

Ricardo Cavalcante foi um dos grandes entusiastas do desenvolvimento do Elmo

O trabalho reuniu diversos profissionais, entre médicos pneumologistas e intensivistas, fisioterapeutas, técnicos em usinagem e ferramentaria, design industrial e engenheiros nas áreas clínica, civil, mecânica e de produção. O projeto foi abraçado pelo Governo do Ceará por meio da Sesa, ESP-CE e Funcap; FIEC; Senai Ceará; UFC e Unifor, com o apoio do Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar e da Esmaltec. E teve no presidente da FIEC, Ricardo Cavalcante, um grande entusiasta do desenvolvimento do projeto.

“O Elmo é um feito importante para o País. O projeto foi desenvolvido em tempo recorde, apesar de não queimar etapas e cumprir todas as exigências dos órgãos de pesquisa e regulação. Meu sentimento é de gratidão ao trabalho incansável de todos os envolvidos”, disse Paulo André Holanda, diretor do Senai Ceará.

“O Elmo foi a salvação da minha vida”, conta a aposentada Maria Irismar Morais, 70 anos, que se recuperou de insuficiência respiratória causada pela Covid-19 e recebeu alta hospitalar após tratamento com o capacete de respiração assistida por apenas dois dias. Ela, que chegou a ter 70% dos pulmões comprometidos, está entre os dez pacientes que receberam o suporte na fase de testes clínicos do equipamento.

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