
CONFRONTO ECONÔMICO
China reage a tarifas dos EUA com estímulos internos e busca novos parceiros comerciais
Por Redação - Em 28/04/2025 às 9:00 AM

Com fábricas reduzindo a produção e milhões de empregos em risco — cerca de 16 milhões ligados diretamente às exportações para os EUA —, Pequim busca conter os danos internos
Em resposta à intensificação da guerra comercial com os Estados Unidos, a China anunciou nesta segunda-feira (28) que pretende reduzir sua dependência de importações agrícolas e energéticas americanas. Paralelamente, o governo detalhou um novo pacote de estímulos econômicos voltado à geração de empregos e ao fortalecimento do consumo interno.
Segundo Zhao Chenxin, vice-presidente da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, os produtos agrícolas dos EUA — como grãos e oleaginosas — podem ser facilmente substituídos por importações de outros países. No setor energético, o impacto de um eventual corte nas compras de petróleo, gás e carvão americanos também seria “limitado”, afirmou.
O comércio agrícola entre os dois países tem diminuído. Em 2023, a fatia dos EUA nas importações alimentares da China caiu para 13,5%, enquanto a do Brasil subiu para 25,2%. O volume total exportado pelos EUA em produtos agrícolas e energia para a China somou quase US$ 50 bilhões.
Com fábricas reduzindo a produção e milhões de empregos em risco — cerca de 16 milhões ligados diretamente às exportações para os EUA —, Pequim busca conter os danos internos. Novas medidas incluem subsídios à contratação de recém-formados, apoio ao empreendedorismo e incentivos à capacitação profissional.
O vice-ministro do Comércio, Sheng Qiuping, também anunciou ajuda financeira para exportadores e redução de custos operacionais. A expectativa é de que o banco central corte juros e reduza o compulsório bancário nos próximos meses, para estimular a economia diante de uma taxa de desemprego jovem que já ultrapassa 16%.
Apesar de declarações recentes de Donald Trump sobre um possível diálogo, autoridades chinesas negam qualquer contato com Washington e reafirmam que o fim das tarifas americanas é pré-condição para qualquer negociação.
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