NEGÓCIO BILIONÁRIO

CSP vendida para o grupo ArcelorMittal pelo valor global de US$ 2,2 bilhões

Por Marcelo - Em 28/07/2022 às 12:53 PM

Uma operação que deve movimentar o mercado siderúrgico global foi anunciada nesta quinta-feira (28) pela mineradora Vale e suas sócias – as sul-coreanas Posco e Dongkuk Steel -, que é a venda da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), à ArcelorMittal, pelo valor de US$ 2,2 bilhões, o que representa em torno de R$ 11,5 bilhões. O fechamento da transação depende da aprovação do Cade.

Alto-forno da CSP é considerado o ‘coração’ da siderúrgica no Pecém                 Foto: Divulgação

Situada no Complexo Industrial e Portuário do Pecém, a CSP tem capacidade instalada para a produção de 3 milhões de toneladas de placas de aço anualmente, sendo considerada a quarta maior do mundo e uma das mais modernas em seu processo fabril, pois iniciou sua produção em 2016. Suas operações ocorrem dentro da primeira área alfandegada em pleno funcionamento do Brasil, a Zona de Processamento de Exportações do Ceará (ZPE Ceará) e gera cerca de 22 mil postos de trabalho diretos e indiretos.

De acordo com um comunicado da ArcelorMittal, a aquisição da companhia instalada no Ceará permitirá a ela ampliar seu posicionamento dentro do ranking siderúrgico nacional, com a produção de placas de aço de qualidade premium, que podem ser utilizadas pelo próprio grupo ou serem comercializadas nas Américas do Sul e do Norte.

“A CSP produz placas de alta qualidade e é competitiva em termos de custo, garantindo que seus produtos sejam competitivos internamente e para exportação. No curto prazo, continuaremos a abastecer a base de clientes da CSP nas Américas do Norte e do Sul. No longo prazo, existe também a opção de aumentar significativamente sua capacidade de produção de placas e adicionar capacidades de laminação e acabamento com emissões de baixo carbono”, disse o presidente da ArcelorMittal, Aditya Mittal.

Placas são fabricadas em altíssima temperatura, por meio de processo moderno

Outros pontos positivos para a aquisição da CSP, segundo a ArcelorMittal, é que a planta da siderúrgica além de estar dentro de uma ZPE, fica a apenas cerca de dez quilômetros do Porto do Pecém, por onde as placas de aço ali produzidas são exportadas para países como: Estados Unidos, Alemanha, Itália, Espanha, Canadá, México, Polònia, Turquia e Áustria, além de abastecer ao mercado brasileiro.

Ocupando uma área de 571 hectares dentro do Complexo do Pecém, somente nos seis primeiros meses deste ano a siderúrgica cearense já exportou 1,4 milhão de toneladas de placas de aço e, em 2021, a movimentação do Porto do Pecém teve 46% de todas as mercadorias que passaram por seus píeres compostos por placas da CSP. Em nota bastante suscinta, a CSP disse que não comentará a negociação. “Sobre a venda da Companhia Siderúrgica do Pecém, cabe apenas aos acionistas e à parte interessada na compra pronunciarem-se sobre o assunto”.

E a aquisição realizada pela ArcelorMittal visa, ainda, capitalizar tal investimento junto a outras companhias do Brasil e exterior, que estão formando um Hub de Hidrogênio Verde dentro do Complexo do Pecém. Já são 20 memorando de entendimentos assinados e a instalação das primeiras usinas de H2V deve ser acelerada, em especial pela alta demanda de fontes alternativas de energia por parte de países europeus, fortemente impactados pela guerra entre Rússia e Ucrânia.

Placas de aço da CSP são exportadas para vários países do mundo através do Tmut do Terminal Portuário do Pecém

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