O economista e sócio-fundador da M7 Soluções Financeiras, Daniel Demétrio, chamou atenção, nesta segunda-feira (16), para o número de informações desencontradas, ruídos e fake news que tem visto em alguns veículos de informação, envolvendo outras empresas do varejo e instituições financeiras, a partir do caso de inconsistências contábeis da ordem de R$ 20 bilhões verificadas nas Lojas Americanas, e que podem ser ainda maiores. Na última sexta-feira, as Americanas – que têm suas ações listadas na B3 e pertence ao Grupo 3G -, ingressou com uma ação cautelar de proteção de seus ativos contra os credores.

Daniel Demétrio destaca ser necessário critério na apuração do caso               Foto: Divulgação

Daniel destacou que é necessário haver cautela neste momento em que está sendo iniciada a apuração dos fatos. “Uma inconsistência contábil dessa magnitude e por tanto tempo é muito grave e inédita na forma como aconteceu. Há indícios de fraude por parte de alguns executivos envolvidos nesta questão, mas só conseguiremos entender de fato, como tudo aconteceu, após as devidas investigações e avaliações dos órgãos competentes que regulam o mercado financeiro nacional. Mas não se pode divulgar notícias que venham a confundir a opinião pública”, disse.

Ele salientou que algumas notícias a que teve acesso, contém dados desencontrados. “Acho que as pessoas devem procurar fontes confiáveis de leitura, como o Portal IN, por exemplo. O número é muito grande, inconsistências contábeis em torno de R$ 20 bilhões, que envolvem algumas das pessoas mais ricas do País, inclusive o homem mais rico do Brasil, Jorge Paulo Lemann, um dos sócios da 3G Capital. As ações da companhia perderam cerca de 80% do valor de mercado nesses últimos três dias”, lembrou.

O empresário ressaltou que se forem somados os valores das fortunas pessoais do Lemann e seus dois sócios – Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles -, segundo a Forbes, chegam a cerca de R$ 180 bilhões. “Eles, inclusive investem em grandes empresas globais, o que acaba provocando uma forte turbulência no mercado financeiro nacional e com reflexos que podem ser imprevisíveis para uma economia que não está passando por um de seus melhores momentos”, destacou o sócio-fundador da Multi 7.

Os controles do mercado financeiro no Brasil são realizados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que é um órgão que está sob o guarda-chuva do ministério da Fazenda. “Quero deixar uma mensagem de parcimônia, de equilíbrio, a fim de apaziguar o mercado; e a busca por parte da população de fontes confiáveis de informação, para um caso que é grave, mas pontual. Principalmente por ser uma empresas tradicional, que faz parte da vida dos brasileiros, e que tem entre os seus acionistas três dos homens mais ricos do Brasil, que investem também em outras grandes companhias globais”, completou Daniel Demétrio.