IPEA
Déficit primário do governo central atinge R$ 22,8 bilhões em agosto
Por Redação - Em 11/09/2024 às 3:04 PM
O governo central registrou um déficit primário de R$ 22,8 bilhões em agosto, conforme estimativa preliminar do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), com base em dados do Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi) do Governo Federal. No acumulado de janeiro a agosto, o déficit primário totaliza R$ 100,1 bilhões, uma redução em relação ao déficit de R$ 109,3 bilhões observado no mesmo período de 2023.
A receita líquida do governo central chegou a R$ 148,4 bilhões em agosto, apresentando um aumento real de 5,8% em comparação com o mês correspondente do ano anterior. A despesa totalizou R$ 171,2 bilhões, marcando um crescimento real de 1,9% em relação a agosto de 2023.
A receita total registrou um aumento real de 9,5% em agosto, impulsionada pelo desempenho das receitas administradas pela Receita Federal do Brasil (RFB), que cresceram 10,8%. As receitas não administradas pela RFB cresceram 6,3%, e as receitas do Regime Geral de Previdência Social (RGPS) aumentaram 8,1%. Após transferências legais e constitucionais, a receita líquida teve uma alta de R$ 8,2 bilhões (5,8%) a preços constantes.
No período de janeiro a agosto, a receita líquida de transferências cresceu 8,4%, totalizando R$ 107,8 bilhões. O crescimento foi impulsionado principalmente pelo aumento na arrecadação das receitas administradas pela RFB, que subiram R$ 116,7 bilhões (11,6%) no período.
O aumento de R$ 3,2 bilhões (1,9%) na despesa total em relação a agosto de 2023 deve-se a dois fatores principais: um aumento de R$ 9,6 bilhões (45,2%) em “Outras Despesas Obrigatórias” e uma redução de R$ 8,4 bilhões (-17,4%) no pagamento de despesas do Poder Executivo sujeitas à programação financeira.
No acumulado de janeiro a agosto, as despesas cresceram R$ 98,6 bilhões (7%) em termos reais comparadas ao mesmo período do ano anterior. As despesas destacadas incluem o Benefício de Prestação Continuada da Lei Orgânica da Assistência Social (BPC/Loas), Renda Mensal Vitalícia (RMV), sentenças judiciais, precatórios, Fundeb e créditos extraordinários, além do aumento real de R$ 57,9 bilhões (27,5%) nas despesas discricionárias do Poder Executivo.