A fabricante brasileira prevê entre 77 e 85 entregas em 2025, número acima das 73 registradas no ano passado

A Embraer estima atingir, em 2028, a marca de 100 aeronaves comerciais entregues por ano. A meta foi confirmada pelo presidente-executivo da companhia, Francisco Gomes Neto, em entrevista à Reuters. Segundo ele, os entraves na cadeia global de suprimentos ainda devem retardar o avanço do ritmo de produção.

A fabricante brasileira prevê entre 77 e 85 entregas em 2025, número acima das 73 registradas no ano passado. A última vez que a empresa alcançou 100 entregas anuais foi em 2017. “O ano de 2026 ainda será desafiador, mas a partir de 2027 esperamos retomar um crescimento mais forte, chegando à meta em 2028”, afirmou Gomes Neto.

Problemas no fornecimento de motores e peças de fuselagem têm limitado o ritmo de produção. Apesar disso, a demanda se mantém sólida. “Temos carteira de pedidos cheia para 2026 e 2027, e já parcialmente ocupada para 2028. O desafio é entregar, não vender”, destacou o executivo.

Nesta semana, a Embraer anunciou um contrato firme de 50 jatos E195-E2 com a norte-americana Avelo Airlines, o primeiro pedido nos Estados Unidos para esse modelo. A empresa também já recebeu encomendas em 2025 de companhias como ANA (Japão), SAS (Escandinávia) e SkyWest (EUA).

Questionado sobre a possibilidade de uma linha de montagem de jatos comerciais nos Estados Unidos, Gomes Neto descartou a ideia no curto prazo, mesmo diante da tarifa de importação de 10% imposta pelo país. Segundo ele, a prioridade é fortalecer a relação comercial com fornecedores e clientes norte-americanos, em vez de criar uma nova fábrica.

Atualmente, os modelos E1 e E2 são produzidos em São José dos Campos (SP), em uma linha de montagem híbrida. A companhia também mantém operações na Flórida para jatos executivos e já propôs instalar uma linha de produção do cargueiro C-390 nos EUA, caso haja interesse de compra por parte do governo norte-americano.