GARGALOS REGULATÓRIOS
Gustavo Estrella prevê R$ 4 trilhões em investimentos em data centers e energia
Por Marcelo Cabral - Em 18/06/2025 às 1:54 PM

Gustavo Estrella destaca potencial trilionário dos setores de data centers e energia Foto: Divulgação
O CEO da CPFL Energia, Gustavo Estrella, destacou que o Brasil possui potencial para atrair até R$ 4 trilhões em investimentos relacionados à infraestrutura de data centers – um movimento que, segundo ele, depende diretamente da ampliação da capacidade de distribuição de energia no País. Ele foi o speaker da terceira edição da Confraria de CEOs, realizada na Experience House, em São Paulo.
Diante de um público seleto de cerca de 90 líderes empresariais, o executivo trouxe uma visão estratégica sobre o futuro da energia no Brasil e sua relação com um dos setores mais promissores da economia global: o mercado de data centers, que segue com um crescimento acelerado.
Estrella alertou para a lentidão dos processos regulatórios e o gargalo existente na conexão de grandes consumidores à rede elétrica. Segundo ele, a CPFL já recusou projetos que totalizam 5,4 GW em pedidos de conexão para novos data centers, devido à incapacidade de atendimento em tempo hábil. O prazo médio atual para novas conexões chega a oito anos, o que, na sua avaliação, inviabiliza a competitividade nacional diante de um mercado global em franca expansão.
Demanda por energia em franca expansão
Atualmente, a capacidade instalada de data centers no Brasil é de aproximadamente 1 GW. No entanto, com a crescente demanda por serviços em nuvem e o avanço acelerado da inteligência artificial, essa necessidade pode saltar para até 15 GW nos próximos anos. “Estamos diante de uma transformação estrutural, e o Brasil precisa agir com rapidez se quiser ocupar uma posição de protagonismo nesse novo cenário digital”, afirmou.
Os números impressionam: para cada 1 GW de capacidade instalada em data centers, estima-se um investimento de até US$ 10 bilhões em infraestrutura física, além de aportes entre US$ 30 bilhões e US$ 50 bilhões em equipamentos de alta tecnologia. Ao incluir os custos com geração de energia e expansão da rede de transmissão e distribuição, o montante total pode atingir a marca de R$ 4 trilhões.
O executivo também abordou os desafios e oportunidades da transição energética no Brasil, destacando a importância de políticas públicas que incentivem a inovação e a modernização do setor elétrico. “A energia será o eixo estruturante da nova economia digital. Sem uma base sólida e eficiente, o País perde competitividade e atratividade frente a outros mercados”, conclui Gustavo Estrella.
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