OPORTUNIDADES NO CEARÁ

Jurandir Picanço destaca relevância do Hidrogênio Verde na neoindustrialização

Por Marcelo - Em 01/02/2024 às 2:40 PM

O consultor de Energia da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC) e membro da Academia Cearense de Engenharia (ACE), Jurandir Picanço Júnior, é um dos grandes entusiastas com a instalação de um Hub de Hidrogênio Verde (H²V) na região do Complexo Industrial e Portuário do Pecém, que está atraindo o interesse de grandes players globais.

Jurandir Picanço diz que o Brasil pode ser parte de solução global

Tanto que já são mais de 36 memorandos de entendimento (MoUs) assinados com grandes empresas do Brasil e exterior, interessadas na instalação de usinas de H²V ou unidades de produção de energia elétrica renovável, principalmente de fontes eólica ou solar. No artigo abaixo, ele destaca as oportunidades que devem vir para o Ceará e o processo de neoindustrialização nacional.

“A indústria mundial se encontra diante de um grande desafio. Seus processos atuais são os grandes responsáveis pelas emissões de gases de efeito estufa (GEE), resultantes da queima de combustíveis fósseis. Sucessivas Conferências do Clima (COP) e estudos consolidaram a necessidade imperiosa de redução dessas emissões, que impactam o fenômeno de aquecimento global.

Grande parte da solução para o problema passa pela eletrificação dos processos: uso da energia elétrica oriunda de energias renováveis em substituição aos combustíveis fósseis. Nessa realidade, a produção do Hidrogênio Verde por eletrólise da água se destaca como uma alternativa promissora, e o Brasil é apontado em diversos estudos como o centro da solução mundial por seu potencial de geração dessa energia.

Entre os diversos setores industriais, rotas tecnológicas com o uso do Hidrogênio Verde já estão sendo desenvolvidas com foco na descarbonização, como é o caso da indústria do aço, do cimento e de produtos químicos. Essas indústrias são responsáveis por 37% das emissões industriais globais, conforme estudo realizado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente.

Na mobilidade, o uso de Hidrogênio Verde como combustível em veículos terrestres e na fabricação de combustíveis sintéticos vem sendo amplamente estudado. Na aviação, despontam tecnologias de conversão da biomassa ou resíduos e a síntese de Hidrogênio Verde e CO².

A Nova Política Industrial apresentada pelo Governo Federal estabelece, entre suas prioridades, a meta de ‘cortar em 30% a emissão de gás carbônico por valor adicionado do Produto Interno Bruto (PIB) da indústria‘. O alcance dessa meta demandará tecnologias menos poluidoras, entre elas o Hidrogênio Verde.

Com tantas oportunidades promissoras, o Hidrogênio Verde estará no cerne da neoindustrialização brasileira, ancorada em nossa abundância em energias renováveis. Nossas melhores chances, entretanto, dependem do domínio, por parte da indústria nacional, das novas rotas tecnológicas de descarbonização com Hidrogênio Verde, o que nos demandará um grande esforço em pesquisa e desenvolvimento tecnológico”.

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