RECUPERAR O DESENVOLVIMENTO

Lara Resende não concorda com a taxa Selic elevada e critica a reforma tributária

Por Marcelo - Em 13/02/2023 às 7:26 PM

O economista André Lara Resende destaca como um grande erro a decisão com Comitê de Política Monetário (Copom), do Banco Central (BC), de manter a taxa básica de juros (Selic) aos 13,75% ao ano (a.a.), o mais alto nível desde janeiro de 2017, quando também estava nesse patamar.

Lara Resende diz que Selic alta desaquece a economia do Brasil                     Foto: Reprodução

De acordo com ele, ao permanecer neste nível, a Selic acaba desaquecendo a economia, mas não combate a inflação, um dos principais objetivos do BC ao elevá-la. Em entrevista ao programa Canal Livre, da Band, nesta segunda-feira, ele destacou que o Brasil não precisa da taxa de juros mais elevada do planeta.

“Tivemos uma quebra no varejo, no caso da Americanas, e outras áreas deste setor enfrentam problemas, o que fez os bancos retraírem drasticamente o crédito. Quando temos uma contração como esta, se agrava o processo de desaquecimento da economia e embica numa recessão que pode ser muito séria”, afirmou.

Lara Resende não acredita que o aumento dos gastos públicos venha a gerar uma onda inflacionária no Brasil. “Estamos saindo de 1,3% de superávit primário no ano passado e, este ano, o autorizado pela PEC (da Transição) é um gasto de mais 2%. A arrecadação vai surpreender positivamente. Se gastarmos o valor integral da PEC, ainda que a arrecadação ficasse no mesmo nível, teríamos equilíbrio primário”, disse.

Ele destacou, ainda, não acreditar que a aprovação da reforma tributária seja muito interessante para o Brasil, especialmente a simplificação, com a criação do Imposto sobre o Valor Agregado (IVA). “A princípio é uma ideia muito boa. Só que ela provoca muitas reações, resistências. Não é à toa que nunca foi aprovada”.

E também não acha que o sistema tributário brasileiro deva ser alterado. “O principal objetivo que precisamos definir é a recuperação do desenvolvimento. O Brasil deveria crescer pelo menos 5%, até 7%, nos próximos anos, como cresceram todas as economia asiáticas”, asseverou André Lara Resende.

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