As perspectivas econômicas para o Brasil ganharam um tom mais positivo entre analistas do mercado financeiro. De acordo o Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (16) pelo Banco Central (BC), houve revisão positiva das estimativas para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e recuo nas projeções de inflação para 2025. Também foi sinalizada uma leve desvalorização do dólar até o final de dezembro.

Números positivos animaram analistas financeiros                Foto: Divulgação

Pela segunda semana consecutiva, as expectativas para o desempenho do PIB este ano foram revisadas para cima: de 2,18% para 2,20%. Há um mês, essa mesma previsão estava em 2,02%. A tendência positiva é sustentada pelo resultado robusto do primeiro trimestre de 2025, quando a economia nacional cresceu 1,4%, puxado majoritariamente pelo setor agropecuário, conforme dados do IBGE.

Em 2024, o Brasil já havia encerrado com expansão de 3,4%, consolidando o quarto ano consecutivo de crescimento – o mais expressivo desde 2021, quando o PIB avançou 4,8%. Para os anos seguintes, a expectativa é de que a economia cresça a um ritmo mais moderado: 1,83% em 2026 e 2% em 2027.

Inflação controlada

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), também foi alvo de revisão. A nova estimativa para 2025 recuou de 5,44% para 5,25%. Para 2026 e 2027, o mercado projeta estabilidade nos índices inflacionários, com previsões de 4,5% e 4%, respectivamente.

Em maio, o IPCA ficou em 0,26%, abaixo dos 0,43% registrados em abril e dos 0,46% de maio de 2024. No acumulado de 12 meses, a inflação está em 5,32%. O grupo habitação teve o maior impacto inflacionário no mês, com alta de 1,19%, impulsionada pelo aumento de 3,62% na energia elétrica residencial.

Juros estáveis

A taxa básica de juros, a Selic, permanece em 14,75% ao ano, após o Comitê de Política Monetária (Copom) promover seu sexto aumento consecutivo. A medida reflete o esforço do Banco Central em conter pressões inflacionárias decorrentes da alta nos preços dos alimentos, da energia e do cenário econômico internacional incerto.

Apesar da cautela adotada pelo Copom, que sinalizou prudência nas próximas decisões, o mercado espera estabilidade da Selic até o fim de 2025. Para 2026 e 2027, entretanto, projeta-se redução gradual para 12,5% e 10,5%, respectivamente.

Dólar deve recuar

O cenário cambial também foi revisto. O dólar, atualmente cotado a R$ 5,51, deve encerrar 2025 em R$ 5,77 – uma leve retração frente à projeção de R$ 5,80 divulgada na semana anterior. Há quatro semanas, a expectativa era ainda mais elevada: R$ 5,82. Para 2026 e 2027, o consenso de mercado aponta para estabilidade, com a moeda norte-americana encerrando ambos os anos a R$ 5,80. (Com informações da Agência Brasil)