NÍVEL DE CONFIANÇA DE 95%

Pesquisa da Abrasel comprova que setor não é vetor de disseminação da Covid-19

Por Marcelo - Última Atualização 19 de fevereiro de 2021

A Abrasel Ceará revelou nesta quarta-feira (17), o resultado de um levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Pesquisa Inteligente, demonstrando que os bares e restaurantes não influenciam na disseminação do novo coronavírus. O estudo é inédito e, segundo o estatístico Antônio Vasques, trata-se de um trabalho inédito no País. A pesquisa foi realizada por amostragem aleatória, em 108 restaurantes de Fortaleza, ouvindo 110 funcionários (33,7%) e 308 clientes (66,4%). O nível de confiança da pesquisa é de 95%.

Deles, 79,71% afirmaram que não contraíram a Covid-19, enquanto 20,39% responderam que sim. E um número chamou a atenção, pois nenhum cliente que já teve a doença informou tê-la pego em um restaurante ou bar. Dentre os clientes que já foram contaminados, 50% afirmaram que isso ocorreu em festas fora de suas casas. Já entre os colaboradores dos estabelecimentos, 36,6% disseram ter contraído a doença ao utilizarem o transporte público.

Empresários ligados à Abrasel Ceará destacaram a relevância da pesquisa realizada pelo setor            Foto: LC Moreira/Portal IN

Outro ponto importante, destacado pelo estatístico é que 10% dos funcionários de estabelecimentos associados à Abrasel Ceará disseram ter se contaminado no local de trabalho, mas 23% deles revelaram que a contaminação ocorreu em suas casas, mostrando a segurança dos bares e restaurantes.

De acordo com o empresário João Mendonça, dono do Grupo Express Alimentos – que reúne o restaurante Soho, Pizza Hut e cafeterias Club Café -,  “o setor quer contribuir com o Governo do Ceará para que possa tomar suas decisões embasado em novos dados, pois queremos trabalhar. Nosso horário foi bastante restrito e o nosso ambiente é extremamente controlado, desde o número de pessoas dentro das casas, uso de álcool, face shield, máscaras e temos certeza de que não somos indutores do vírus”, disse.

Ele salientou que tem de haver preocupação com a doença, com o vírus, que é um problema sério e mata. “Mas o desemprego, a pobreza, a fome, também matam e geram a violência, que é uma pandemia que atinge o Brasil e o Ceará. Queremos dar direito ao trabalhador que leve o pão e o leite para sua casa de forma digna, através do trabalho. Estamos propondo ao Governo que a gente trabalhe nos horários normais, com todo cuidado e que isso seja fiscalizado. Pois fomos muito penalizados, fechando num horário que mais faturamos e geramos empregos, que é o jantar, que representa 70% das nossas vendas e o fim de semana, quando recebemos mais clientes. Quanto mais se restringe os horários, mais se aglomera”, asseverou João Mendonça.

Já para Rodrigo Moreira, diretor do Grupo Social Clube – que reúne os restaurantes Carbone Steak House, Santa Grelha, Ryori, La Pasta Gialla e Super Grill -, os donos dos estabelecimentos têm adotado todos os cuidados para que nem os colaboradores, nem seus clientes, estejam expostos à contaminação dentro das casas.

“Sempre acreditamos que nossos restaurantes, bares, barracas de praia, desde os protocolos iniciados em junho de 2020 eram locai seguros, onde os clientes poderiam ir tranquilamente. E essa pesquisa só veio a confirmar isso. Dos que pegaram Covid, zero por cento dos clientes, nenhum deles, disse ter pego nos restaurantes. E somente 10% dos funcionários disseram terem se contaminado no local de trabalho. A maioria pegou em transporte público e, entre os clientes, foi em festas”, afirmou.

Ele lembrou, ainda, que esse resultado deixa os empresários mais tranquilos em continuar o movimento de reabertura e maior extensão dos horários, pois assim haverá menos concentração de pessoas. “O setor está muito fragilizado, tanto por perda de empregos, faturamento, casas fechando, o que não suportamos mais. Isso foi uma passo importante, uma pesquisa inédita, que vem a contribuir para o setor”, explicou Rodrigo Moreira.

O proprietário do restaurante em estilo country Bang’s, também destacou a seriedade da pesquisa, revelando que o setor tem seguido os protocolos à risca e não é vetor de disseminação do vírus. “Isso só veio a confirmar o que nós, empresários, tínhamos em mente, a certeza de que não éramos um ambiente de contaminação. É importante a pesquisa para que sejamos tratados de igual para igual com outros setores da economia. A gente produz, gera empregos e estamos junto com o Governo, mas é preciso que haja uma contrapartida. Num momento em que se determina um lockdown é preciso algum tipo de ajuda. O fato que a pesquisa demonstrou é que o achatamento dos horários de bares e restaurantes não é o fator decisivo para que seja diminuído o contágio e a curva das UTIs”, enfatizou Marcelo Marfrutas.

Já o presidente da Abrasel Ceará salientou que o setor tem seguido à risca todos os protocolos e, inclusive, colaborou para o achatamento da curva de contaminação. “A pesquisa corrobora o que estávamos observando. Não podemos mais é ver nosso horários sendo alterados de forma aleatória, quando ajudamos a evitar a contaminação. A flexibilização dos horários é importante para que possamos trabalhar e preservar os empregos. Afinal, somos o setor que mais gera postos de trabalho, com seis milhões no Brasil e mais de 120 mil apenas no Ceará. É preciso um trabalho em conjunto entre o nosso setor, o Governo e a população”, completou Taiene Riguetto.

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