O presidente do Banco do Nordeste (BNB) participou nesta segunda-feira (11), do almoço de diretoria da CDL de Fortaleza, onde destacou que o banco está preparando um fundo de equity, para complementar financiamentos de grandes obras voltadas para o setor de infraestrutura, além dos recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), devido à elevada demanda, especialmente no Ceará.

Aqui no Estado ele destacou a instalação do Hub de Hidrogênio Verde, que está com negociações em andamento, especialmente na área de energias renováveis, como eólica e solar. Tanto que apenas um projeto apresentado já estaria solicitando aportes superiores a R$ 1 bilhão, mas o BNB ainda precisa atender aos microempreendedores individuais, às micro, pequenas e médias empresas de todo o Nordeste.

Honório Pinheiro, Assis Cavalcante, José Gomes da Costa e Lívio Tonyatt           Foto: Divulgação

Este fundo que está sendo estruturado e deve entrar em operação no final deste primeiro semestre, é formado por recursos do BNB, da Vinci Partners e também vai permitir que investidores institucionais que queiram rentabilizar suas poupanças, coloquem seus recursos neste fundo de duração de longo prazo. Ele está sendo chamado de Fundo de Investimento em Energias Renováveis.

“No momento que a gente financia uma usina eólica de R$ 1 bilhão, o banco entra com R$ 300 milhões, que é o teto, mas fica abaixo de 50% dos pedidos para obras de grande porte; o fundo pode entrar com mais R$ 300 milhões; o BNDES pode entrar com mais R$ 200 milhões e o investidor com os outros 20%, pois ele também precisa participar. Esse fundo é como se fosse um crédito adicional. O tomador tem de devolver no escalonamento do período de investimento dele, como devolve ao banco o crédito, pagando os juros que vão remunerar os investidores que aportaram recursos neste fundo. Um mecanismo importante de mercado financeiro que o banco está estruturando e desenvolvendo, porque não temos alternativa de financiar a infraestrutura porque os recursos são escassos”, afirmou.

Ele ainda destacou que os recursos prioritários do FNE são para saneamento e logística. “As energias renováveis também são prioritárias, mas o problema é que elas demandam muito mais recursos. Nossa demanda crescente e gigante, é da infraestrutura de energias renováveis, que é importante para o desenvolvimento de todo o Nordeste”, disse. E asseverou que os recursos do FNE para outros setores não têm qualquer restrição, que é momentânea apenas para a área de infraestrutura, pois houve uma incompatibilidade entre a demanda e oferta de recursos.

Para os setores que não demandam recursos tão vultosos, como é o caso do comércio varejista, José Gomes afirmou que o Governo Federal estabeleceu através de resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN) a volta da taxa pré-fixada, que pode ser vantajosa no primeiro momento, enquanto a inflação está em alta, pois as taxas pós-fixadas levam em consideração o IPCA. Mas destacou que isso deve ser momentâneo, caindo para 5,5% em 12 meses e para 3,5% em 24 meses. “A adesão a uma taxa pré ou pós-fixada vai ficar muito a critério de cada empreendedor. Eu, sinceramente, ficaria na pós, porque os economistas dizem que esta inflação vai cair e daí, em dois anos, a estimativa é que caia três ou quatro pontos e o financiamento sendo longo, pode não ser tão vantajoso os juros pré-fixados”, explicou José da Costa.

Reunião na CDL lotou a sala onde a diretoria da entidade ouviram as explicações do presidente do Banco do Nordeste

Parceiro forte

Para o presidente da CDL de Fortaleza, Assis Cavalcante, o mais interessante da apresentação realizada pelo presidente do BNB, bem como o superintendente Estadual do Ceará, Lívio Tonyatt, foi a disponibilidade do banco na área financeira. “Mas também em termos de capacitação humana e em querer que aconteça o crédito para os empresários. Isso ficou bem visível, considerando o histórico que o banco tem em fazer as operações com o varejo”, salientou.

E salientou que para este ano o BNB está destinando um volume de recursos extraordinário para o setor varejista, que deverá contribuir para o desenvolvimento do Ceará, garantindo que os lojistas possam continuar gerando empregos, renda e impostos. “O papel do Banco do Nordeste foi muito importante durante a pandemia, quando conseguiu trazer taxas de juros muito baixas. Bem como em 2020 e 2021 postergou as mensalidades dos empréstimos feitos. Então, o BNB é um banco parceiro, que está junto com o varejo, o comércio, os serviços, e podemos contar com ele a todo instante”, completou Assis Cavalcante.